Batalha Dos Imortais IV

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***Gabriel

— Cara, eu não estou acreditando nisso! — Exclamei ao avistar aquele cenário de guerra eminente.

Assim que os portões foram abertos, avistei Sandara e Eleonor, bloqueando nossa passagem do outro lado.

Atrás das mulheres, mais precisamente do outro lado da ponte que cruzava o lago, estavam todos os nossos amigos, praticamente encurralados.

Demorou um certo tempo até que eu me desse conta do que realmente estava acontecendo ali. Corri os olhos ao redor e avistei uma rocha gigantesca, que parecia ter sido movida. Ela, provavelmente, ocultava a entrada do túnel que dava acesso ao fundo do fosso, localizado dentro do castelo, pois por aquela saída era possível avistar os vampiros recém criados escapando lentamente.

As criaturas tinham sede de sangue. Era possível perceber isso pelas suas expressões faciais descontroladas. Os sons dos rosnados e gritos, eram carregados pelo vento que se tornava cada vez mais forte.

As nuvens estavam cada vez mais turvas, eu já não conseguia distinguir se o que estava se aproximando, era uma tempestade torrencial ou uma forte nevasca.

Beatriz estava de pé à frente dos nossos amigos, juntamente com Plínio. Era evidente que os dois fariam qualquer coisa para proteger os outros, caso os vampiros atacassem.

A ventania fazia com que os longos cabelos da Mor fossem balançados de forma agressiva. A mesma tentava manter o rosto descoberto a todo o momento, algo bastante difícil de se conseguir naquela situação.

— O que faremos agora? — Sussurrou Rafael para mim, demonstrando estar totalmente perdido.

Confesso que eu também não me sentia muito diferente diante daquela situação. Mas eu precisava tomar minha posição de líder de Clã em um momento como aquele e agir da forma mais sábia possível.

— Precisamos nos juntar aos outros. — Respondi de volta, usando o mesmo tom quase inaudível.

— Também acho que é isso que devemos fazer, mas... — Ele fez uma pausa dramática, antes de continuar. — Como vamos passar por essas duas?

Ele, discretamente, apontou para Eleonor e Sandara, que continuavam paradas à frente da ponte, nos encarando, como se estivessem esperando qualquer primeiro movimento nosso.

Pensei cuidadosamente por alguns instantes. Chegando a uma conclusão, me aproximei de Miguel de forma discreta. Ainda falando bem baixo, para que as duas mulheres na ponte não ouvissem nossa conversa, falei ao pé do ouvido do rapaz:

— Me escute com atenção... Não sabemos o nível de poder da irmã de Pavel... Neste caso, todo cuidado que tomarmos com ela será pouco. Preciso que você fique em alerta e proteja Suzana. Enquanto isso, eu e Rafa vamos tentar distrair as duas, entendeu?

— Sim. — Confirmou ele assentindo lentamente. — Tome cuidado. Essa mulher pode ser tão perigosa quanto o irmão dela.

— Pode deixar. — Concluí.

Dei alguns passos à frente e Rafael fez o mesmo. Ele enfiou as mãos nos bolsos da calça e se dispôs ao meu lado direito, encarando as duas, quase sem piscar.

Vendo que havíamos feito nosso primeiro movimento, enfim, Sandara resolveu abrir a boca para falar:

— Ora, ora! Não achei que fossem conseguir sair vivos lá de dentro.

— E por que não sairíamos? — Confrontei-a.

— É que meu irmão planejou tudo tão perfeitamente. Achei que o plano A dele, de eliminar todos vocês, seria um sucesso... — Ela esboçou um meio sorriso sarcástico nos lábios. — Mas tudo bem... Já que o plano A, claramente falhou, seguiremos o plano B!

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora