Exército I

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***Rafael

Gabriel estava completamente decepcionado. Era mais do que óbvio que, ele havia sido pêgo totalmente de surpresa com a presença de Eleonor naquele lugar.

Ele apertava os punhos com força. Eu conseguia enxergar um certo ódio, misturado com indignação, em seu olhar.

Zack, que estava parado ao meu lado, deu um passo à frente. Seu semblante revelava apatia. Segundos depois, ele perguntou, olhando diretamente para a ruiva:

— Por que, Eleonor?!

A mulher se manteve em silêncio.

Estampando uma expressão de satisfação no rosto, Pavel, passou seu braço direito ao redor da cintura de Eleonor e, por fim, falou pausadamente:

— Por que não a Eleonor? Qual o motivo de tanta surpresa, meu caro rapaz?!

De certo modo, eu ainda estava tentando assimilar tudo o que estava acontecendo ali. Apesar de eu ter certeza absoluta de que havíamos sido atraídos para uma armadilha, eu ainda não conseguia entender qual eram as reais intenções do pai de Thales.

— O que foi que você fez? — Quis saber Gabriel. Voltando de um considerável período de silêncio.

— Eu? — O mago sorriu satisfeito. — Não fiz nada. Não é mesmo, querida? — Ele encerrou, olhando de lado para a mulher, acariciando seu queixo com a mão que estava livre.

— É óbvio que tu fez alguma coisa com ela, seu homenzinho medíocre! — O tom de voz de Gabriel, se elevou. — Tá na cara que enfeitiçou ela!

— Eu? — O homem esnobe, quase deixou escapar uma gargalhada. — Não precisei. Você precisa entender que às vezes as pessoas só anseiam por liberdade. E eu sou alguém que está oferecendo isso às pessoas.

O loiro de cabelos encaracolados, fitou a ruiva com certa agonia estampada no rosto, por fim, perguntou:

— Eleonor, diga alguma coisa, por favor!

Ela, desvencilhou-se do meio abraço de Pavel, deu um passo à frente e, pela primeira vez, resolveu falar por si própria:

— Não estou enfeitiçada. Só estou lutando por aquilo que acredito. Durante os últimos anos, ficou mais do que evidente o quanto você e seus amigos são incapazes de prover um futuro digno para os seres mágicos. São pacíficos e omissos demais! Está na hora disso parar. Estou cansada de me esconder nas sombras.

— Não acredito! — Exclamou Gabriel, olhando para o pai de Thales. — Tu é muito previsível mesmo, não é, cara?! Usou aquele velho e ultrapassado discurso pra foder com a cabeça dela?!

— A única coisa que vejo de ultrapassada aqui são seus falsos ideais de paz! — O outro ergueu a voz. — Vocês não enxergam?! Somos merecedores de uma libertação! Até quando planejam ficar se escondendo enquanto os humanos controlam tudo?! Eles são medíocres, se acham as criaturas mais poderosas da Terra, quando não passam de esterco!

— Chaga, Pavel! — Thales gritou.

— Eu ouviria teu filho se fosse você, cara... — Completei. — Esse seu discursinho de merda já saturou! Supera! Já se passaram anos e tu continua insistindo nesse seu falso idealismo!

— De falso aqui, só consigo enxergar suas visões do que é paz. Não conseguem ver isso?! — Pavel voltou a falar.

— Já chega disso, por favor... — O Mor, quase suplicou. — No passado, você tentou e falhou. Está na hora de você aceitar os fatos. Existimos para permanecermos com nossa existência em segredo. A humanidade não está pronta para nós!

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Onde histórias criam vida. Descubra agora