Capítulo Trinta e Cinco: Esclarecendo o Passado.

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Marina Oliveira...

Acordar em um paraíso é exatamente assim que me sinto.

Espreguiço-me sentindo os lençóis finos e macios abaixo de mim, diferente do edredom grosso que cobre o meu corpo. O clima daqui é fresco, um ar frio que te incentiva e convida a ficar ainda mais tempo na cama. As janelas estão com um pouco das frestas abertas deixando que o ar gélido seja mais persistente. O ambiente é completamente diferente do apartamento do Guilherme. Diria que um rustico chique. Levanto da cama curiosa para olhar a vista enrolo-me no lençol puxando as cortinas e abro as janelas, a vista é mesmo de tirar o fôlego. Confesso que nunca vi tanto verde. Consigo ver o vinhedo de outra maneira e as montanhas fascinantes. Vou até a varanda sentindo o vento frio tocar a minha pele, meus cabelos assoprar o meu rosto. Nunca imaginei que pudesse estar vendo ao vivo algo tão lindo.

Depois de namorar a vista volto para o quarto quando vejo uma corrente, as plaquetas de identificação do Guilherme esta pendurada na cabeceira da cama. Não prestei atenção nesse detalhe e não conseguiria sendo que estava muito ocupada matando a saudade do meu namorado. Me aproximo olhando-as. Está em outra língua quando a porta é aberta o revelando.

- Bom dia Devassinha. - Deseja. Viro o rosto realmente encantada com o homem que vem em minha direção. O Guilherme é um homem muito, muito bonito. Está um gostoso com uma blusa de mangas brancas com um tecido fino que recai por seu corpo, a calça jeans escura. O seu sorriso me deixa praticamente sem fôlego. Eu realmente preciso me acostumar melhor com a presença desse homem.

- Você vai me deixar mal acostumada! - Excalamo quando ele me trás o café da cama. Pelo horário poderia ser almoço. Eu sei que é algo muito comum namorando com o Guilherme poucas vezes comemos em uma mesa, principalmente o café da manhã, ele sempre faz a gentileza de trazer até a cama pra mim. Se preocupando em me mimar, mais ainda.

- Estou apenas te preparando para uma vida inteira comigo, então se acostume. - Fala me dando um beijo demorado na boca. Por mais que eu tentasse e fosse a pessoa mais fria do mundo não teria como não me apaixonar por esse homem, não teria como sair ilesa. Nossas bocas se afastam e volto a encará-lo é muito bom ter essa intimidade com alguém. Esses momentos que vivo com o Guilherme sempre pareceram uma realidade muito distante. Talvez acostumada com homens que não se davam ao trabalho de continuar conquistando mesmo depois de ter possuído. E percebo que o Guilherme é completamente o oposto, quanto mais ele me tem deseja me ter ainda mais. É uma postura de um homem encantador.

Do meu homem encantador.

- Já estou amando! - Respondo. Ele me dá mais um beijo na testa quando usa o braço de apoio para sustentar o seu corpo. E que corpo! Eu não poderia estar pensando em sexo depois da noite de sexo que se prolongou a madrugada inteira e de como me encontro dolorida no meio das pernas! E já estou aqui querendo montar em cima dele!

Marina modos!

- Estava aqui olhando as suas plaquetas. Estão em qual língua? - Indago. Ele as toca também e percebo que está um pouco distante. Eu sei que o fato de estar aqui deveria trazer muitas lembranças. Imagina viver em um lugar assim, trabalhando no que gosta e dando o melhor de si como eu tenho certeza que ele deu.

- Em russo. Quando me alistei estava na Rússia apesar de ser Alemão. Minha mãe foi atrás de uma vida melhor, se apaixonou por um homem que não a merecia que infelizmente ela a amou muito. - Diz. O encaro sabendo que ele não conheceu o seu pai. E pelo visto não se interessa sente um rancor muito grande desse homem. Talvez na situação dele eu também o odiaria, mas eu sei que iria querer saber quem ele era, ao menos para dirigir esse sentimento a alguém.

- Qual a tradução? - Pergunto tentando mudar de assunto. Embora queira saber mais do Guilherme não quero lhe infligir a lembrar de momentos que ainda lhe machuca. A saudade que deve sentir de sua mãe deve ser imensa. Eu sequer consigo imaginar o sofrimento que ele deve ter passado. E ainda assim ter se tornado esse homem maravilhoso que é.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora