Cinquenta e Um: Reverso.

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Desculpas pela demora, tive uns probleminhas pessoais que acabaram tirando o meu foco. Mas estou de volta e logo teremos mais...

Guilherme Brandão...

Termino de preparar o café da manhã da Marina quando entro no quarto, ela ainda está dormindo lindamente, eu sei que iríamos passar longos três meses separados, o que me deixa completamente irritado, eu não queria ter que ficar longe dela, como também não posso submetê-la a abandonar trabalho, trancar faculdade que eu sei que são planos importantes para ela, sei que é o que ela precisa para seu futuro, e eu não posso fechar os olhos para uma das minhas importadoras que está em completa decadência, como chegamos a esse nível eu não faço ideia. Mas confesso que deixei minha vida pessoal invadir a profissional, estou me saindo um péssimo chefe, mas o que me deixou puto foi a Tamires não ter entrado em contato antes e deixar que esse colapso fosse tão incrivelmente grande a ponto de precisar me instalar em Amsterdã durante três benditos meses, se bem que poderia ser pior, eu poderia estar indo sem uma certeza, sem um posicionamento da minha Devassinha!

Entro no banheiro tirando a calça e seguindo para o chuveiro, minha viagem está marcada para daqui a duas horas. O Vicente não parou de me ligar está muito ansioso para poder se distanciar do Brasil. Será que ele ainda não entendeu que não importa para quão longe ele vá, vai continuar sendo atormentando por seus pensamentos e o qual é o problema de se amarrar dessa forma por alguém? Não é como se fosse o fim do mundo. Se ele soubesse como estar apaixonado é bom, não estaria fugindo disso, como o diabo foge da cruz. Eu tentei e percebo que fui um idiota em não ter assumido de uma vez por todas o que eu sinto pela Marina. Mas sendo honesto e me defendendo eu não sabia mesmo o que estava acontecendo entre nós dois, tudo parecia meio incerto. E sentia que ela não estava tão interessada quanto eu.

Depois de fazer toda a higiene matinal necessária caminho até o closet, confesso que não sou muito fã de ternos, mas era praticamente o uniforme do trabalho, principalmente em Amsterdã. Termino de me arrumar como o homem de negócios que sou e saio do quarto encontrando uma linda dorminhoca, a verdade é que a Marina não tinha dormido nada durante e a noite, tínhamos muito o que conversar e muita saudade um do outro para deixar que o sono nos atrapalhasse. E eu deveria deixá-la dormindo, mas como ainda tenho somente duas horas com ela preciso aproveitar o máximo que puder.

Inclino-me em sua direção tirando os cachos do seu rosto, como ela é linda, e como eu tinha sentido saudades de acordar e me deparar com essa visão, de tê-la aqui comigo. Algo que se tornaria rotina em breve. Dou um beijo rápido em seus lábios distribuindo outros por seu rosto.

- Pode me despertar assim sempre. - Fala me abraçando. No que depender de mim, momentos como esse serão sempre repetitivos. Ela se afasta descendo o olhar por mim, e eu já tinha ouvido falar sobre como as mulheres gostam de ver um homem com roupas sociais, já tinha comprovado isso mais vezes do que eu gostaria. Principalmente na Austrália, mas vendo o olhar da Marina em mim chega a ser lisonjeio, talvez eu comece usar mais vezes.

- Sinceramente eu não sei se prefiro você de terno ou sem ele. - Comenta. Tento não sorrir com o que falou, mas não consigo, a maneira como diz, os seus olhos percorrendo por meu corpo me fazem mesmo acreditar que existe essa dúvida, mas confesso que quando pensasse em mim, estivesse em seus pensamentos sempre sem roupa.

- Preparei o nosso café da manhã. - Menciono. Ela balança a cabeça concordando quando levanta da cama indo até o closet, imagino que indo buscar uma camisa minha, sendo que ela poderia muito bem tomar o café da manhã dessa maneira. Não demora para que ela volte realmente usando uma de minhas camisas.

- Vai viajar que horas? - Pergunta. Sei que não é a pergunta que gostaria de estar fazendo. Eu sei que três meses não é um tempo longo, mas longe dela parecia uma eternidade e percebo que pensa da mesma maneira, não queria ter que passar tanto tempo assim longe, mas não tenho escolha. Eu precisava estar lá, e só cogitei uma volta mais rápida por conta da ida do Vicente. Ele é muito bom no que faz.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora