Capítulo Quarenta e Cinco: Campo Minado.

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Marina Oliveira...

Eu estava destruída. De uma mentira como nunca imaginei que poderia estar um dia. De uma forma que nunca fiquei na vida. E tudo por que meu conto de fadas não teve um final feliz, soa como uma idiotice estar pensando nisso agora, ou de achar que poderia ter " e foram felizes para sempre" eu sei que nada dura para sempre, é a certeza que temos diariamente. Mas ainda assim eu acreditei, como fui idiota em acreditar que o Guilherme seria diferente. Bem feito para mim, bem feito por me entregar completamente, bem feito por achar que tudo não passaria de uma mentira, onde eu fui idiota o bastante para acreditar. Idiota o bastante para tirar toda armadura que me protegia.

Lavo meu rosto pela milionésima vez. Nitidamente eu não estava bem, não tinha conseguido parar de chorar, não conseguir me controlar, não conseguir ver que estava pisando em campo minado. Como dói ter a certeza que acabou, como dói saber que tudo não passou de uma mentira. Dói saber que fui ingênua o suficiente para me deixar enganar. Só de pensar que estava sendo de idiota por todo esse tempo machuca, com certeza na Espanha eles ficaram, enquanto ligava para mim, ela devia estar ao seu lado e dizendo que sentia minha falta, que não queria conta com a ex. Enquanto se metia no meio das pernas dela.

Que ódio de você Guilherme. Que ódio por ter me feito te amar como uma insana para poder partir meu coração, ódio de não ter visto quem você era de verdade. Ódio de mim mesma por continuar te amando da mesma maneira. Por que ele tinha que se comportar como um príncipe? Por que me fez te amar tanto Guilherme? Por que me fez acreditar que teríamos um futuro quando na verdade não aconteceria.

Saio do banheiro depois de tentar controlar as lágrimas, não é como se não estivesse claro que ei estive chorando muito, meu rosto ainda estava inchado e meus olhos vermelhos, me tornei uma visão deprimente de mim mesma. Me resumi a uma bela chorona. Vou ate a minha mesa pegando minhas coisas, pronta para sair. Pronta para deitar em minha cama e chorar um pouco mais, chorar tudo que ainda está esmagando o meu coração e acreditar que amanhã é um novo dia.

- Marina poderia vim até aqui. – Chama a Ana, minha chefa. Com certeza eu recebia alguma bronca, ninguém quer chegar em um consultório e ver uma das funcionárias dessa maneira, que vergonha de Psicóloga eu vou ser? A que não consegue se desligar dos problemas pessoais? Mas tudo está no limite. Depois do que presenciei hoje, ter vindo trabalhar exigiu muito de mim, mas não poderia deixar que o Guilherme estragasse ainda mais o meu dia. E eu fui burra o suficiente achando que focaria no trabalho e esqueceria do que tinha visto. Mas a verdade é que não adiantou nada. Eu repetia e repetia a merda da cena em minha mente. Deixando ser tortura pela minha mente, eu só queria desligá-la!

Empurro a porta da Ana a encontrando sentada em sua cadeira visivelmente confortada. Sua aparência amável faz com que sinta um conforto incalculável. Será que eu irei ser assim? Que conseguir fazer com que as pessoas me olham e percebam que sou confiável, que elas possam confiar em mim? Sendo que julgando pelas minhas escolhas ultimamente nem eu mesma confio em mim.

- Eu sei que hoje eu deixei a desejar e mereço mesmo uma bronca por não conseguir me controlar, quero pedir desculpas. – digo. Ela sorri de maneira amável e aponta a cadeira a sua frente. Acho estranho, mas faço o que me pede.

- Marina eu não vou te dá uma bronca. Não vou puxar sua orelha ou nada parecido, simplesmente por que você é um ser humano e temos dias que realmente não estamos bem. Que não conseguimos sequer controlar e está tudo ok! – Exclama de uma maneira simples e fácil. Eu não estava esperando por essa atitude, não estava esperando por essa compreensão, ela é minha chefe, e eu havia deixado a desejar em meu trabalho, em minha concentração, havia cometido erros ridículos e ela estava aqui sendo totalmente compreensiva.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora