Capítulo Quarenta e Sete: Ansiedade.

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Guilherme Brandão...

Finalmente em casa...

Eu sabia que era um péssimo paciente, eu sabia que tinha porra de um péssimo hábito de querer tudo ao meu jeito, e eu sabia que ter o Bryan como um dos meus médicos teria que me servir para algo, eu ainda não deveria estar em casa, eu não deveria sequer ter saído do hospital, não depois do tiro a cima do peito direito que eu havia levado, da perca de sangue e de ter passado trinta e duas horas desacordado, com sinais vitais oscilantes, como também sabia que não iria lidar com a responsabilidade da morte da Amanda. Não é como eu não tivesse sentido pelo que havia acontecido, sim eu sentia, preferia que ela pagasse por tudo que fez em vida, mas ela não conseguiu resistir. O Bryan fez uma escolha, ou ele me socorria ou socorria a Amanda e sua decisão foi óbvia.

E o Bryan havia salvo a minha vida, eu tinha conhecimento que ele tinha sido um ótimo médico, mas não imaginei que depois de anos ele ainda se lembrasse o que fazer. E como sair de situações como essa e sim eu sou grato pela sua atitude, o que ocasionou que os médicos deixaram que ele fizesse parte do quadro, e acompanhasse o meu caso. Não nego que levei um susto, mas ao menos estava em casa novamente, o que eu precisava.

Eu tinha muito que resolver,assuntos inacabados e principalmente uma conversa importante para terminar.

- Ainda não acredito que assinei a porra daquele maldito termo de responsabilidade por sua causa Guilherme. – Fala. Infelizmente ele havia virado a minha babá. E eu não precisava de uma, não é a primeira vez que me vejo nessa situação, mas eu não tinha conseguido não pensar na Marina desde o momento que acordei no hospital e recobrei a consciência, o que ela não deveria estar pensando a meu respeito. O que não deveria estar sentindo, eu havia a machucado sem querer. Não tive nenhuma responsabilidade no ato que ela viu, mas ainda assim é muito difícil acreditar que os nossos olhos possam nos enganar, já que acreditamos fielmente no que vemos, no que acontece bem a nossa frente. E eu não posso culpá-la, mas a verdade é que estou morrendo de saudades da minha Devassinha.

- E eu não acredito que vou ter que suportar a porra desse seu humor. Eu estou bem. Foi apenas mais um susto babá! – Exclamo. Ele ergue a sobrancelha e me lança um de seus olhares irônicos. Eu realmente queria ficar sozinho, preciso pensar em como recuperar a confiança da Marina de volta, somente assim sei que podemos voltar com o nosso relacionamento. A saudade que estou sentindo dela é absurda. Eu sou loucamente apaixonado por ela, por cada detalhe, por ela ser apenas melhor parte da minha vida e há tempos eu não sabia o que é se sentir dessa maneira.

- Guilherme eu já te expliquei que você poderia ter morrido se eu não estivesse chegado aqui juntamente com aquele imbecil do Daniel você estaria a sete palmos abaixo da terra. Então pare de se comportar como se tivesse recuperado você não está. – Diz usando o tom de sabe tudo que todos os médicos tem. Eu sei que não estou recuperado, que vai demorar um pouco para que esteja cem por cento, mas também não estou com o pé na cova. Só que essa ansiedade realmente acabaria me matando. Eu preciso falar com a Marina a nossa ultima conversa, se eu posso chamar aquilo de conversa. No meio daquela confusão tudo se resumiu a gritos e acusações. E medo, eu nunca senti tanto medo de morrer antes de dizer a Marina o quanto eu amo, o quanto sou louco por ela, do quanto ela é única.

Desde que ela entrou em minha vida, tem sido ela, somente ela...

- Obrigado Bryan por salvar a minha vida, por ter assinado a porra daquele documento, mas ainda não me tornei um fodido suicida. – Respondo, quando escutamos batidas na porta e o Bryan vai atender quando ouço a voz do Ricardo. Era só o que me faltava, mais um para me vigiar. O que deu neles? Eu ainda sou um homem feito. Que sabe muito bem se cuidar.

- Que porra de susto foi essa? Não tenho mais um minuto de paz. Quando não é o Henrique querendo matar o Talles que merecia, tenho que lidar com a burrice do Bryan e agora você, que eu achava o único sensato quase morre. – Acusa. De tudo que havia acontecido eu ainda tinha que lidar com as queixas do Ricardo. Na verdade quero matar o Bryan. O encaro impaciente esperando que ter chamado o Ricardo aqui não foi uma das melhores idéias.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora