Capítulo Sessenta e Um: Despertando.

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Guilherme Brandão...

A noite tinha sido uma verdadeira tortura. A Marina decidiu que me enlouquecer seria sua nova maneira de se divertir. A cada vez que se movia dançando, me provocando pelo simples fato de saber que estava faltando uma peça de roupa fundamental no look que tinha escolhido. Me mantive o mais quieto possível. O caminho até a nossa casa foi um silêncio de pura tensão, de uma maneira confortável de ser. Assim que paro o carro ela desce primeiro seguindo o caminho para entrar em casa. Abre a porta sem olhar para trás, como pudesse pressentir que a noite ainda não tinha acabado e eu não brinquei quando disse que iríamos ter uma conversa séria.

Ela passa pela porta parecendo uma flecha. Está mesmo tentando fugir de mim. O que chega ser irônico já que estava cheia de certezas. Passo pela porta fechando atrás de mim, quando ela está seguindo para a escada.

- Marina eu falei sério quando eu disse que iríamos conversar. - Digo alterando um pouco do tom de voz, para que ela escute antes que chegue no quarto. Mesmo que ela quisesse se esconder ali, ela tinha esquecido que é o cômodo que ela me autorizou ter completo controle. Então se eu fosse ela, preferia manter a conversa aqui em baixo, ao menos por enquanto.

- G, eu estou cansada. Podemos deixar para amanhã? - Indaga. Ela ainda está na metade dos degraus. Caminho até o sofá, esperando que ela desça não precisaria chamar. Olho para o relógio que marcam as uma da manhã. Para ela que tinha se divertido muito não havia sentido as horas passarem, mas para mim, cada segundo de tortura foi anotado.

Ela bufa, quando escuto seus saltos batendo no piso, encosto-me no sofá, cruzo as pernas apoiando meu pé no joelho. Assim que ela para um pouco ainda distante de mim. Afastada, talvez com medo do rumo da nossa conversa. Confesso que estou sentindo falta da sua língua afiada. Da sua ousadia.

- Então o que você quer conversar que não pode esperar até amanhã? - Pergunta. Ela cruza os braços em cima do peito e me delicio com a visão que tenho dela. Perfeitamente linda, sempre me sinto atraído por ela, simplesmente pelo fato de existir. Concerto-me no sofá sentando-me de maneira mais confortável, observando seus olhos em meu colo. Por enquanto manteria a distância, mesmo que seus olhos me mostre como ela está mais interessada em outro patamar de diálogo.

Espero seus olhos terminarem a varredura que ela faz em mim, voltando a me encarar. Escondo meu sorriso, tossindo para que volte a me concentrar no que realmente importa, no momento.

- Está com medo de mim? - Pergunto. Seus olhos presos nos meus. Sempre soube que a Marina não tinha medo da minha presença física, pelo simples fato saber que eu jamais a machucaria. Mas ela temia pelo poder que tinha me dado. Eu sei que não tem nada que eu queira fazer com ela que me diga não. E esse é o verdadeiro problema.

- Por que eu estaria? - Indaga. Ela passa o lábio pela boca, mantendo o olhar quente, fervendo em mim. Sou louco por esse olhar.

- Então, você não estava fugindo? - Questiono. Seus lábios se curvam em um sorriso diabólico. Essa é a Marina com quem quero conversar, a que me provoca sabendo das consequências e se diverte com elas.

- Estava indo apenas dormir e não fugir. - Responde.

- Marina eu detestei descobrir que você estava sem calcinha. Não em lugar controlado e calmo, mas em uma boate. Subindo e descendo, me deixando ainda mais louco do que eu sou. - Friso bem as palavras, o tom baixo e enlouquecido que saem da minha boca não é planejado, é a sua presença que me deixa duro em um piscar de olhos.

- Talvez a intenção tenha sido exatamente essa. Mas só talvez! - Fala. Seu sorriso me mostra mesmo que está achando graça. Que está se divertindo com o que aconteceu. É claro, fui eu que fui provocado a porra da noite toda. Eu não me considerava ciumento, mas a Marina me fez perceber que talvez eu seja um pouco.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora