Capítulo Cinqüenta e Nove: Coincidência.

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Guilherme Brandão...

Saio do escritório da Elisa, depois de ter aceitado a outra parte do nosso acordo. A Marina almoçaria comigo e em troca eu teria que simplesmente ser um pouco mais "participativo" da cerimônia. Sinceramente eu não sou o tipo de homem que se preocupa com detalhes, de estar a parte. Casamento para mim vai além disso, apesar de saber que é um grande momento, tanto para noiva, quanto para o noivo, mas sinceramente tudo que me importa é saber que a Marina chegará pontualmente, sem atrasos, ou eu mesmo vou buscá-la. Tudo que eu quero é vê-la caminhar a passos decididos em minha direção. E me dizer sim, fora isso, a cerimônia o que decidissem estava ótimo.

- Guilherme? - Indaga uma voz vindo em minha direção. Olho para o lado encontrando a Michele. Ela ergue o óculos do sol e me encara. Não deveria estar surpreso em encontrá-la aqui. Esse é o seu trabalho, o estranho aqui sou eu.

- Michele. - Cumprimento por mera educação. Eu não tenho nada contra a mulher parada a minha frente que me encara de maneira curiosa. Só que todas as vezes que nos vimos, sempre houve uma insinuação da sua parte. Tanto que fez a Marina ver coisas que não existem.

- Vai me dizer que sua namorada trabalha por aqui também? Ou tem outro motivo por trás. - Brinca. Sinceramente eu não precisava dá nenhum tipo de satisfação para ela. Mas a parte educada que ainda habita em mim, vence a batalha.

- Na verdade minha sogra é a dona daqui, me pediu para ver a organização do casamento. - Respondo. Sua surpresa se dissipa.

- Você é o noivo da Mari? - Pergunta. Ela realmente parece bem surpresa, sinal que desde do dia do restaurante a minha Devassinha não a encontrou mais, ou não achou que fosse importante dizer para ela que estávamos juntos. E eu tinha certeza que não nos encontraríamos mais. Não dessa maneira.

- Sim. - Afirmo. Ela ainda continua surpresa.

- Eu não esperava de verdade, que a sua namorada fosse justamente a Mari. Não sei nem o que dizer. Me desculpar pela insistência talvez fosse o bom caminho! - Exclama. Um ótimo caminho. Para começar.

- Engraçado como ser alguém conhecido para você mudou a sua postura, se não conhecesse insistiria novamente? - Pergunto. Na verdade as palavras pulam da minha boca e não consigo evitar.

- Eu gosto da Mari. E ela merece um cara raro como você. A questão é que seja conhecida ou desconhecida. A questão é que eu gostei mesmo e pelo fato de não saber quem era sua namorada facilitava já que não sabia como era essa sua namorada. E eu realmente peço desculpas. Deveria ter entendido no primeiro não. - Comenta. E suas desculpas realmente parece ser verdadeiras.

- Ok. Até Michele. - Digo me afastando. Olho no relógio tinha uma reunião ainda hoje, que não poderia mais ser adiada.

Já no carro ligo para a Lilian pedindo que me envie todos os meus compromissos em pdf para o meu celular. Sigo para o restaurante para a pior reunião da minha vida.

Respiro fundo, em busca da porra de uma paciência que eu não tenho.

...

Mais uma reunião, finalizada. Mesmo gostando muito do que faço, a pior parte é lidar com as pessoas, e querendo ou não eu fui aprendendo a estudar expressões, palavras e até ter um pouco de tato e bom senso. Mesmo com o idiota que acabamos de fechar mais um contrato, e me sentia simplesmente exausto. O Vicente que até então, costuma ser mais delicado eu diria assim, não suportou as merdas das mudanças que ele queria fazer. Estaria tudo certo se as mudanças seguissem as mesmas diretrizes, mas não... E não resumindo em nada, conseguimos manter o antigo contrato, sem trocar uma vírgula de lugar, eu costumo mesmo ser bem flexível quando se precisa que eu seja, consigo ver o outro lado, mas dessa vez, não estava disposto e pelo visto o Vicente também não.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora