Capítulo Dezessete: Um Pouco Tarde.

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Marina Oliveira...

Não sei de onde havia tirado forças para conseguir ignorar, tanto as mensagens como o próprio Guilherme. Ele merecia muito mais, só que a verdade é que estou tentando não enlouquecer, preciso me manter firme principalmente quando não sabia o que viria a seguir. Não sabia se ainda teríamos algo e não queria me sentir descartável novamente, essa sensação é sufocante e oprime qualquer auto-estima. Ainda assim precisava pensar em mim, esquecer dele e focar em mim. Ele tomou a atitude dele e agora estou tomando a minha e por mais que queira responder, prefiro me manter afastada, dando o tempo que ele pediu. E que precisa.

Mando uma mensagem para Lena perguntando se ela não quer ir para um lugar comigo depois das aulas, tenho certeza que vai gostar é um jantar na casa do Henrique que a mãe dele estava preparando para uma amiga, meus pais foram convidados e eu sempre os acompanho em eventos como esse e nada como fazer com que a minha amiga ganhe a noite, já que a minha vai ser bem chata, mas valia a pena ajudar no que fosse preciso para que ficasse mais tempo com o seu boy gostoso e poderia fazer o mesmo, mas o Guilherme não ajuda.

As horas haviam corrido, estudei mesmo que uma hora ou outra eu me deixasse levar pelos meus pensamentos, então, respirava fundo e voltava a dá o meu melhor. Eu sabia que o Calebe queria incrementar a nossa amizade novamente e nada contra, se eu também tivesse afim. Mas não estou. Mesmo que ele tenha sido meu primeiro beijo, a primeira transa, não valia a pena, não estou mesmo com vontade e a disponibilidade necessária e ele é uma ótima pessoa para fazer com que passe por algo assim, fora que eu tenho um carinho enorme por ele. Para fazer com ele algo que eu não gostaria que fizessem comigo. Me usassem para esquecer outra pessoa.

- Como foi com Henrique? – Pergunto parando ao seu lado queria mesmo chegar mais cedo, precisava conversar com ela, desabafar, já que não podia com a minha mãe, tinha ela e a Cecília embora ela esteja ocupada com a sua vida, passando por um pequeno drama familiar e não quero ter que enchê-la ainda mais, quero ser o seu apoio quando quiser desabafar e não o oposto.

- Digamos que muito bom! – Exclama e sorrio por ela. Queria estar tão empolgada quanto, mas pelo contrário a minha noite tinha sido um tanto complicada, claro que consegui disfarçar tudo que ele havia causado em mim e quando se aproximou eu não consegui pensar em mais nada, eu o queria e é a certeza mais latente que eu tive, precisava dele e cedi. Não estou me fazendo de vítima aproveitei muito a nossa noite, o jeito possessivo que ele me tocava,me beijava e a maneira alucinante que havia me chupado. Realmente se mostrando um deus nesse assunto. Com certeza não estava preparada para nada disso.

- Já eu digamos que não tive tanta sorte. O Guilherme tirou a noite para colocar alguns pingos nos is. – Ressalto. E sim foi necessária toda a nossa conversa, apesar dele ter dito coisas que mexeram muito comigo e mesmo com ele não merecendo ganhou pontos, sua sinceridade e honestidade em admitir tudo que estava sentindo só me fez enxergar ainda mais o homem incrível que eu sei que ele é. E que a uma hora dessas, deve estar se atracado com outra por aí. Esse pensamento me magoa e me deixa cheia de ódio. Sentir ciúmes é uma merda! Ainda mais do que não é meu.

- Foi tão ruim a conversa? – Questiona preocupada. Queria muito que tivesse sido uma conversa que ele dissesse que me queria, que queria somente a mim, que queria mais. Não espero que ele diga que está apaixonado ou nada do tipo, mas eu precisava mais dele sim. Se ele me dissesse que queria apenas sexo exclusivamente comigo a noite já teria sido incrível, mas quando ele salientou que estava me tornando um perigo para o que ele havia planejado, minha raiva só aumentava, ele também se tornou tão perigoso quanto! Mas ainda assim estou aqui aberta para negócio enquanto ele se afastou, fugindo e isso está me enlouquecendo. Sendo o covarde que achei que não fosse. 

- Não. Ele só foi sincero demais. Ele já foi casado, está se divorciando e quer ter certeza que eu não quero mais do que ele tem a oferecer. – Conto e isso já é um erro grave, não posso simplesmente ficar me martirizando esperando que ele tenha vontade de algo a mais. Que ele queira o mesmo que eu, eu não posso obrigá-lo, como também não posso me sujeitar a ser apenas um contanto em seu celular para quando ele achar que eu me tornei apenas uma peguete e me ligar, e não teria problema nenhum se quisesse o mesmo, mas a verdade é que eu não quero ser apenas um contatinho. Eu quero ocupar mais que esse espaço.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora