Cinquenta e Três: Inauguração.

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Guilherme Brandão...

Não é como se estivesse nervoso, era apenas mais um almoço onde eu teria que deixar bem claro que não existe nada que me faça voltar para os "negócios". Eu estou bem com a minha nova vida, estou tranquilo com as minhas escolhas atuais. E vou mantê-las assim.

- Vai estar presente na reunião das uma e meia? - Pergunta a Tamires. Estávamos dando um passo de cada vez, conseguindo mesmo melhoras, mesmo que falte um longo caminho, mas todo avanço tem que ser comemorado e ainda teria a festa de inauguração hoje. E todos estavam otimista com isso, principalmente eu. Se tudo desse certo, com certeza voltaria para o Brasil mais rápido e poderia dá continuidade aos meus planos com a Marina. Ainda tenho uma conversa séria para ter com os seus pais. Vou fazer tudo como pede o figurino.

- Pretendo, estou indo almoçar agora, mas as uma já estarei aqui. - Respondo. Não toco no assunto do incidente mais cedo tendo a certeza que fui bem taxativo com o que exigi. Não me importo com a vida pessoal dela e do Vicente, mas que se comportassem por pouco um dos novos investidores não os pegavam transando na sala de reunião. Conversei com ela e com o Vicente e deixei bem nítido o quanto seria ruim para ambos se eu pegasse algo parecido novamente.

- Eu quero pedir desculpas Guilherme. Pelo meu comportamento de mais cedo e mais uma vez asseguro que não irá acontecer novamente. - Diz. Respiro fundo e balanço a cabeça concordando.

- Sei disso, por que louca você pode até ser, mas burra não. E não vale a pena perder o seu emprego por conta de homem. Tanto você e o Vicente são bons no que fazem, mas acredite ninguém é insubstituível. - Afirmo. Ela assente e saio da minha sala seguindo para BMW estacionada. Não costumo agir como um chefe imbecil, mas as vezes era preciso mostrar que eu ainda sou o chefe.

Não demoro para chegar no restaurante como logo reconheço o homem sentado em um terno bem alinhado. Ele me encara e sorri de canto quando me ver.

- Não vai dizer o quanto está feliz em me ver? - Pergunta o Nicolai. Sinceramente eu ainda não poderia afirmar nada enquanto ainda não soubesse o que ele queria. Eu nunca havia reparado na familiaridade entre nós dois, os malditos traços do Clent. Mas ainda assim eu nutria um respeito pelo Nicolai, ou melhor dizendo Kai. O seu codinome, sempre soube que herdaria os negócios da família e que sempre se imaginou sendo pior que o próprio pai e pelo visto está conseguindo. Ele concerta a gravata antes de me puxar para um abraço. Nunca tivemos cerimonia para tal coisa.
- Não vou dizer que fiquei surpreso. - Respondo assim que nos afastamos ele gargalha indo em direção a cadeira, ninguém nota como ele está bem acompanhado, os seus "seguranças" estão espalhados pelo restaurante, nesse estilo de vida todo cuidado é pouco. Quantas vezes o Clent foi atacado em um lugar público. Eu nunca estava aqui, sempre esperávamos por algo assim, então me mantinha em um lugar afastado, algum prédio escondido observando ver quem se aproximava ou não para o abate. Tenho certeza que com ele não é diferente.

- Na verdade sempre desconfiei que fôssemos irmãos. O que explica a sintonia que tínhamos em ação. - Menciona. A verdade é que perto do Nicolai eu posso me considerar um anjo, ele não conhece a palavra compaixão e muito menos limite. Sempre se considerou um deus da morte.

- O que você quer? - Pergunto indo direto ao ponto.

- Nosso pai... - O encaro fuzilando com o olhar o Clent nunca seria o meu pai, e um teste de DNA não mudaria isso. - Guilherme eu sou incrível no que faço, mas poderíamos alcançar o mundo se quisermos. Olha pra você um empresário de sucesso, quase um bilionário embora poucos saibam disso. - Fala. Sinceramente essa conversa não esta me agradando em nada, me mantenho em alerta, a questão dos Vasily nunca foram dinheiro e sim poder.

- Nicolai se isso é um convite para uma parceria eu nego. Não me vejo mais envolvido em nada assim. - Digo. A garçonete se aproxima anotando os nossos pedidos, estou sem um pingo de fome. Esse encontro podia não acabar dos melhores, para nenhum de nós dois.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora