I.M.P.U.L.S.O.S.

Capítulo Quatorze: Repensando.

Marina Oliveira...

- Como foi o fim de semana? – Pergunta a Lena. Quando terminamos todas as aulas, seguimos para o estacionamento, as ruas estavam tranqüilas para a nossa sorte e dirigi há essa hora com certeza havia se tornado uma terapia, um pequeno prazer digamos assim. Minha conversa com a minha mãe ainda não tinha saído da minha cabeça, se ela tinha mesmo deduzido que estava com alguém reagiu muito melhor do que imaginei que fosse. Confesso que sinto uma atração insana pelo Guilherme, mas que eu tenho certeza que irá passar, não posso me apaixonar não agora, não por ele, só a idéia me assusta.

- Maravilhoso. Tenho quase certeza que o Guilherme fez alguma mandinga para cima de mim. Por que não é possível. – Conto. Já tinha ficado com outros homens que não haviam chegado aos pés do que ele estava fazendo comigo, na verdade o que ele está fazendo. Essa atração louca, insana que nos emana é confuso demais para minha cabeça. Eu não deveria estar tentando entender o que estava acontecendo, deveria deixar fluir naturalmente, mas quando penso que se eu deixar fluir, posso acabar me apaixonando e eu não quero, tenho certeza que é sofrimento na certa. Como me sentiria se eu me apaixonasse e ele me dissesse que está ficando com alguém? Agora o pensamento já não agrada muito, imagina se começar a crescer.

Está decidido eu realmente preciso de um tempo longe desse homem, enxergar de fora.

- Ou talvez ele pense a mesma coisa a seu respeito. – Diz brincando. Realmente essa possibilidade ela pode ser mesmo existente, se levarmos os pontos, mas não duvido nada que o Guilherme esteja em alguma farra se divertindo e pegando todas, enquanto eu estou saindo da faculdade indo para casa. È um problema? Não, aliás estou descobrindo que tem um lado caseiro meu que está amando se mostrar, mas por outro lado, saber que ele pode estar nesse momento trocando fluídos me dá um aperto no estomago.

- Não tenho nenhuma dúvidas em relação a isso, mas e você o que quer me dizer? – Pergunto, mudando de assunto, pensar no Guilherme hoje, não era uma boa idéia, eu precisava focar na minha noite do pijama com a minha amiga, já tinha estragado uma por causa dele, não faria novamente, mesmo que dessa vez possa ser de uma maneira indireta. E claro que a minha curiosidade está a mil, a Lena nunca diria essa frase se de fato não fosse algo bombástico.

- Estou namorando. – Fala como se tivesse se livrado de um peso. Começo a puxar na memória quem poderia ser esse candidato. Sendo que até onde sabia ela não estava interessada em ninguém. Será que era o ex namorado, por que se fosse o meu irmão é muito melhor candidato.

- Com quem? – Pergunto curiosíssima. Ela respira fundo, sinto um pesar da sua parte, mas ainda não consigo entender o por que.

- Com o Henrique. – Desabafa. Eu a encaro, tentando assimilar o nome a pessoa. E só existe um ser humano, que tem esse nome, será?

- Que Henrique? É quem estou pensando? – Indago.

- Se for o nosso professor com certeza é quem você está pensando. – Relata e perco um pouco da velocidade do carro, quase parando, eu queria abraçá-la e sairmos gritando fazendo toda uma festa e claro que ela me contasse, os babados, mas por outro lado penso no Gabriel que também está interessado nela. E ao invés de comemorar e fazer perguntas sórdidas procuro entender melhor o que está de fato acontecendo. – Por favor, diz alguma coisa. – Completa acordando-me da minha conversa mental comigo mesma.

- Estou tentando digerir o que acabei de ouvir. – Digo voltando a prestar atenção no caminho. Claro que estou feliz pela Lena, se alguém daquela sala merecia pegar o professor era ela, e eu tentando bancar a cupido entre ele e a Aurora.

- O que você acha? – Indaga. Fico muito feliz em ela levar a minha opinião em consideração.

- Tenho que ser sincera. Como começou isso? Até por que eu jurava que você não estava interessada nele dessa forma. – Falo. Um pouco aturdida tentando encaixar as peças desse quebra cabeça.