Capítulo Vinte e Oito: Encarando de Frente.

2.5K 267 18
                                    

Marina Oliveira...

 O que noto é o meu rosto inchado e amassado de uma noite má dormida, ou melhor não dormida. Tinha despertado com o meu celular vibrando, queria marcar de uma vez por todas o jantar para conhecer o meu namorado. Levando em conta tudo que vinha acontecendo entre nós, é o que mais quero.

Quero acabar com todo esse mistério. Mas antes de tudo preciso avisá-lo, e quero que seja pessoalmente, mas a minha mãe tinha pedido para almoçar com ela em sua agência de modelos. Nunca tive vontade de seguir essa carreira, mesmo que não tendo a altura que precisa para passarelas, tive a opção mesmo de ser modelo fotográfica e até fiz um ensaio na adolescência e percebi que não era o que eu queria, esse desejo nunca me dominou. Se bem que não seria uma má ideia em fazer um ensaio fotográfico bem romântico e sensual para presentear o meu namorado.  Embora a agência seja da minha mãe tenho certeza que ela me ajudaria com algumas dicas. É uma ideia para ser colocada em prática. E eu colocaria. 

Saio do banheiro prendo o meu cabelo  em um coque falso e sigo para o quarto,quero  me despedir do Calebe e me desculpar por não conseguir acompanhá-lo até a cremação. Imagino que irá apenas os familiares e eu precisava passar em casa e me arrumar para ver a minha linda mãe conversar e planejar o jantar. 

Como eu posso estar assim nervosa? E sentindo esse medo. Tenho certeza que tudo ocorrerá muito bem!

Sei que será um jantar agradável, na verdade uma fase que teríamos que passar. Eu quero que ele conheça a minha família e que possa ir á minha casa com mais freqüência. Sem precisar entrar escondido. Embora eu sempre vá querer estar no apartamento dele onde temos sempre muito mais privacidade e é um tanto difícil conter a minha vontade de arrancar a roupa dele, mas com a minha família presente eu tenho que ter no mínimo um pouco de racionalidade. 

Caminho até onde o Calebe está deitado, seu olhar vazio, não se parecem em nada com o amigo que estou acostumada, mas agora tudo que eu preciso é me despedir dele. Vou em sua direção e me sento ao seu lado. Ele ergue o rosto e sorri fraco. Imagino que esteja fazendo um esforço enorme para isso. 

- Te ver assim, me faz lembrar dos velhos tempos quando éramos apenas crianças e nos achávamos adultos. Quando acordava e o seu rosto era o primeiro a ver! – Exclama. Eu lembro perfeitamente quando éramos crianças e namorávamos. Nos sentíamos tão maduros e completamente cientes do que queríamos e agora que sou adulta de verdade parece que ocorreu no século passado. Eu era feliz com o Calebe, a menina que eu fui se sentia feliz ao lado dele, mas a mulher que eu sou agora consegue compreender tudo de uma maneira mais madura, e é impressionante as mudanças recorrentes que temos em nossas atitudes e pensamentos. 

Os planos que fiz com ele, foram reais, verdadeiros, eu queria mesmo viver tudo ao seu lado, mas nos separamos e percebo que por mais sincero que seja um sentimento, não é certeza de durabilidade, com todo esse tempo percebi, para ser exato seis anos de maturidade acabei acarretando e percebendo que se precisa de tantos pilares para que um relacionamento dure. 

- Parece que tudo aconteceu em outra vida. Mas quero me desculpar por precisar ir pra casa. Se precisar de mim pode me ligar ok? – Indago. Ele segura a minha mão a beijando e se ergue abraçando-me. Assim que me solta me afasto seguindo para o lado de fora. 

O ambiente está completamente pesado. Assim que passo pela porta noto a Michele sentada e um pouco bêbada não parece em nada com a que conheci anos atrás. E nada melhor que ver o Cosme encostado no carro parado. E o comentário do Calebe sobre os velhos tempos havia interesse ali. Eu não sou idiota consigo enxergar interesse masculino de longe, principalmente de alguém que eu conheço muito bem. Mas nós dois juntos é uma realidade que não irá acontecer, mas espero que ele seja feliz com alguém novamente. Por que não estou disponível para ser mais do que uma amiga. 

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora