Capítulo Treze: Não Se Envolver.

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Marina Oliveira...

Não se envolver. Repito essa frase pra mim mesma enquanto encaro-me no espelho.

Quando cheguei em casa, minha mãe havia saído com o meu pai foram jantar com alguns amigos, e o Gabriel também não estava em casa, conversei um pouco com a Daninha antes de vim para o quarto, e fiquei muito preocupada e atenta quando ela mencionou que estou com um ar diferente e que meus olhos estão brilhando, o que não é de se esperar menos quando tive um dia ativo como o meu. Mas ainda assim não tinha como não pensar em como seria daqui pra frente. Mesmo sem ser algo que procurei estava em uma relação, ok, que agora é um relacionamento aberto onde temos a nossa liberdade garantida, é algo casual simplesmente casual, mas eis a questão, por mais que negue para mim mesma e para mundo que não estou me envolvendo é uma grande mentira sendo que estou. A verdade é que me envolvi no primeiro momento. 

Fecho a porta do meu quarto indo para o closet troco de roupa pego meu celular trocando algumas mensagens com meus amigos, e acabo pegando no sono, o dia tinha sido simplesmente cansativo, e por mais que tenha dormido muito durante o dia, ainda havia sono para dá e vender e sair distribuindo.

Espreguiço-me totalmente revigorada, sigo para o banheiro indo fazer toda a minha higiene matinal e fazer as atividades do curso, mesmo não sendo a número um, melhorei bastante e soube melhorar minhas notas o que é uma grande conquista,sair da lista negra dos professores e vibrei com o elogio da professora Lauren quando disse que se continuasse nesse caminho seria uma ótima psicóloga. Juro que ganhei meu dia, me senti maravilhosa intelectualmente falando, mas sabia que se queria continuar me sentindo assim meu foco tinha que estar em meu estudo e nada mais que ele.

- Bom dia flor do dia. – Deseja minha mãe entrando no meu quarto, está linda com o vestido midi na cor salmão, seus cabelos enrolados estão cheios lhe dando um ar poderoso, eu com essa beleza seria um nojo, talvez seja por isso que Deus achou melhor não me dá. Ela se senta ao meu lado, olhando para a tela do notebook, antigamente ela encontraria algum site de compras gastando horrores ou veria redes sociais, agora eu sou só estudo, não que as minhas compras tenham ficado de lado, mas aprendi definir prioridades e enquanto não usasse tudo que estivesse em meu closet eu não compraria nada desnecessário, e estou me saindo muito bem.

Recentemente fui para o Shopping com o Cecília e tudo que gastei foram duzentos reais em livros que amo romance, se me deixar em uma ilha deserta com livros eu vivo muito bem, e gastei em comida em um sanduíche do McDonald que não consegui resistir com acompanhamento de batata frita me esbaldei e juro que me senti muito melhor se tivesse dado um prejuízo de cartão de crédito ao meu pai, então, sim estou mesmo me transformando, me redescobrindo, é aquela situação, experimentando que sabe do que se gosta e essa frase serve-se para qualquer situação.

- Bom dia minha rainha. – Respondo curvando-me para abraçá-la. Ela me encara, estudando-me e confesso que me sinto um pouco incomodada com o seu estudo em mim. Ela é a pessoa que mais me conhece no mundo, sempre fui muito aberta não escondendo nada. Mas como se conta para sua mãe que você mal terminou um relacionamento e já está conhecendo uma pessoa nova, claro que para o meu patamar de impulsividade não é algo que considere muito absurdo, mas levando em consideração tudo que havia arquitetado para mim é algo que não estava em meu radar acontecer.

- Pelo visto alguém dormiu muito bem! – Exclama. Sim eu havia dormido mesmo como uma pedra.

- Muito bem. – Respondo tentando controlar a empolgação através das minhas palavras, infelizmente tinha que concordar com o Guilherme que elas sempre sabem antes de nós, se antes eu não sei, mas que ela tinha uma facilidade em me desvendar isso é fato.

- Marina você conheceu alguém? – Pergunta. Sem rodeios direta. Sempre foi assim, a encaro surpresa acho que meu semblante não está ajudando muito, e o fato de minha cabeça estar uma confusão ambulante em relação a uma pessoa especial não ajudava em nada, gosto de deixar as coisas fluírem em seu ritmo, principalmente quando se trata de envolvimento físico, sem cobranças, sem apego, sem nada. Mas existe uma regra básica que é ninguém está imune a colocar sentimentos no meio.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora