I.M.P.U.L.S.O.S.

Quarenta e nove: Anestesia.

Marina Oliveira...

Confusa.

Eu realmente queria entender o que está acontecendo comigo. Ignoro mais uma ligação do Guilherme, depois do casamento da Megan não consigo parar de pensar em como me senti em relação a ele. Depois de tudo que havia acontecido e com uma tal possibilidade de tudo ser esclarecido, eu simplesmente havia bloqueado todas os meus sentimentos em relação a ele e eu tentei de tudo, mas não se bloqueia sentimento, não dá para simplesmente bloquear o que sente por outra pessoa e é exatamente assim que me sinto. Continuo amando o Guilherme, continuo sendo apaixonada, enlouquecidamente por cada detalhe dele, mas quando penso na remota possibilidade de que ele tenha me traído, tudo fica confuso.

O meu Guilherme o homem que me deu essa estátua, não seria capaz de me trair, não seria capaz sequer de me enganar, por que ele se importa comigo, ele havia me pedido em casamento, havia distribuídos não para todas mulher que se aproxima e ainda quando não estávamos juntos ele não conseguiu ficar com a Michele por que me queria, eu não posso acreditar que o homem atencioso, gentil e que me olha com tanto amor, tenha a capacidade de me trair, ou talvez esteja apenas buscando uma maneira de justificar o seu erro, se realmente errou.

No que eu deveria acreditar?

Meu celular toca mais uma vez, por que eu simplesmente não consigo atender! Ele passou o dia todo tentando falar comigo, mais cedo no casamento e agora por celular e eu deixando cair na caixa, foi um erro ter desbloqueado, mas a verdade que não entendo o pavor que percorre meu corpo toda vez que a tela acende e vejo seu nome. O que eu deveria fazer? Atender e me deixar levar, me deixar acreditar nele antes que me prove.

- Posso entrar? - Pergunta a minha mãe parada na porta, entre aberta, havia acabado de chegar em casa, e sim estou exausta, mas não consigo desenfrear uma onda de adrenalina que percorre por meu corpo toda vez que via sua ligação. Olho para tela e parece que ele havia desistido, queria sentir alívio, mas de repente é como se eu quisesse que continuasse!

Que coisa feia Marina! Minha consciência logo me reprime.

- Claro. - Digo esboçando um sorriso. E por incrível que pareça é verdadeiro, meu humor não está péssimo como nos últimos dias, estou conseguindo sorrir de verdade e já não passo mais o dia chorando, e tenho certeza que é por conta de uma esperança que se instalou em mim mesmo sem a minha permissão.

- Está tudo bem? - Indaga se sentando em minha cama. Seus olhos escuros pairam em mim e sei que estou sendo avaliada, amo meus pais, amo muito. Mesmo quando contei do fim do relacionamento com o Guilherme eles não foram invasivos e me deram espaço mesmo quando viu que eu não estava bem, quando eu só fazia chorar. E por mais que tentasse mascarar com maquiagem, o que era pior ainda! Ainda assim atuam normalmente.

- Sim, está! - Exclamo. Por que de fato estou bem, só confusa, estou muito confusa. Eu estou completamente dividida em continuar aguardando ou ir atrás dele e dizer que não aguento mais esperar, que não suporto mais essa merda de ansiedade que me percorre. E isso tudo começou a acontecer por conta de uma aproximação que fizemos, tudo aconteceu por que eu me deixei vulnerável de novo, eu amo esse homem, eu o quero mais que tudo, quero tanto que não ter machuca demais e nesse trajeto eu enlouqueço um pouco mais.

- Filha eu não sei o que ocasionou o seu término de namoro com o Guilherme, mas é notável que você está sofrendo! Como eu nunca vi por ninguém, por nenhum namorado. - Fala. Pisco surpresa, eu realmente achei que ela não se envolveria nesse assunto, por que tinha recebido dias de silêncio sobre esse assunto, mas eu deveria estar esperando por essa conversa.

- Por que eu ainda o amo. Eu continuo apaixonada por ele que chega ser completamente ridículo sentir o que eu sinto e não conseguir atender um telefonema! - Exclamo. Ela tenta não ri, mas vejo que está prestes a fazer isso. Está prestes a começar a gargalhar da minha cara e da minha situação séria.