I.M.P.U.L.S.O.S.

Quarenta e Quatro: Danos.

Guilherme Brandão...

Desde que sair de casa, vinha pensando no que a Marina havia dito. Ela tinha aceitado se casar comigo, ela havia dito sim e confirmou que estava pronta para entrar em minha vida e não sair nunca mais ao que depender de mim. Estou completamente ansioso, eufórico, quero chegar em casa e encontra-la do jeito que eu a deixei, deitada em minha cama, mas eu sei que infelizmente não será assim, ainda não será assim. Eu sei esperar e suportaria mais por ela, aceitaria qualquer tempo imposto pela minha devassinha, mas depois do que aconteceu, eu não quero perder um segundo sequer. Se a Marina soubesse os planos que tenho para nós dois, se soubesse do quanto anseio cada minuto, cada segundo ao seu lado, como pretendo me esforçar diariamente para fazê-la a mulher mais feliz desse mundo. Eu pretendo ser um ótimo marido, quero poder ser merecedor da mulher que eu tanto amo.

- Parece que foi feio. – Fala o Ricardo olhando para o paramédico que fazia a limpeza no ferimento a faca, na verdade mais um ferimento a mais ou a menos não faz muita diferença para mim. A verdade é que o desespero do Henrique em arrancar a Milena daqui foi o suficiente para que cada um entendesse duas coisas. Que não se deve desperdiçar nenhum momento, viva o presente intensamente. E a segunda nunca subestime alguém. Mesmo com o Bryan tendo resolvido o dilema Talles, o que eu tenho minhas dúvidas que foi uma boa decisão. Ele havia perdido o controle, tinha sido razoavelmente punido  pelo Henrique que se mostrou um homem muito controlado, controle esse que eu não conseguiria ter.

- Foi apenas um corte, ele vai sobreviver. – Menciona o Levi. Sorrio encostado a cabeça controlando a dor que havia tomado quando ele derramou o álcool, o sangue havia cessado, e eu sabia que levaria alguns pontos. A quanto tempo eu não era tratado na clandestina dessa maneira? Eu realmente poderia ser atendido em circunstâncias melhores. Mas estou morrendo de vontade de voltar e pelo visto não sou o único. O Ricardo ansiava voltar para  Megan e quem pode culpá-lo por querer estar em casa?

- Obrigada pelo carinho. – Respondo ironicamente quando sinto a ponta da agulha passar por minha pele.  Travo o maxilar tentando não pensar, não me concentrar na dor.

- Está parecendo uma mulherzinha Guilherme. – Menciona o Ricardo que está sem um machucado. Eu deveria estar mais atento e não no mundo da lua, quantas vezes já chamei atenção de alguns homens que trabalhavam comigo que vida pessoal não se envolve com a vida profissional. Principalmente quando a confusão era simplesmente grande. E o Talles estava bem preparado confesso, tinha contratado bons seguranças, o único problema foi mexer com o Henrique. O homem se mostrou um insano e estou achando ate pouco o que o havia acontecido com ele. Se não tivesse merda na cabeça não estaríamos nessa situação. Só espero que o Bryan realmente dê um jeito e o Talles tenha o tratamento que mereça.

- Cala a boca Ricardo! – Exclamo. Ele gargalha juntamente com o Levy.

Não sei ao certo o tempo que levamos para chegar em Salvador, mas verdade seja dita foi uma eternidade, não consegui dormir e ainda me encontrava incomodado com o machucado. Entro em meu apartamento e sou recepcionado pelo cheiro da Marina, amo o seu perfume. Pego o celular mandando uma mensagem para o seu celular avisando que havia chegado e estou morrendo de saudades. Em instantes o celular começa a vibrar, olho para tela vejo o seu nome.

– Boa noite amor, como foi de viagem? – Pergunta. Pelo horário a minha devassinha deveria estar dormindo, e não acordada, sento-me confortavelmente no sofá. A verdade é que eu queria mesmo a Marina aqui comigo, nesse exato momento, queria chegar e poder encontrá-la aqui. Ando cada vez mais dependente e não me sinto nenhum pouco constrangido com isso.

- Ocorreu tudo bem. E como foi seu dia? – Pergunto.

- Cansativo, estou amando o trabalho. – Fala animada. Não tenho a menor dúvida de que em breve a Marina será uma ótima psicóloga, principalmente por trabalhar com o que ama. É um grande diferencial.