Capítulo Dezoito: Concreto.

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Marina Oliveira...

Ele tinha vindo até aqui.

Ele havia me seguido.

Ele é louco.

E eu amei isso.

Mas não podia entregar os pontos dessa maneira, nossos corpo completamente grudado, seu cheiro entorpecendo-me, ele tinha que ser lindo e cheiroso dessa maneira, sussurrar essas palavras como se estivesse sofrendo. Eu queria poder acabar com sua dor, mas ele precisava saber o que queria, um dia ele me queria e no outro não me queria mais, eu não sou algo descartável para ele ficar nessa indecisão machucando-me profundamente, mas essa aproximidade consegue nublar toda a minha visão, eu quero tanto beijá-lo com a mesma intensidade que preciso respirar, mas não quero somente aquilo que temos quero mais, quero que ele esteja disposto a mais.

- Guilherme você não sabe o que quer. E eu quero mais, mereço mais que ser apenas um contato de um homem quando ele quiser transar. – Respondo usando todas as minhas forças para não beijá-lo. Levo minha mão para a sua que segura a minha nuca, preciso que ele se afaste que me deixe pensar um pouco que eu consiga pensar em tudo que está acontecendo, ignorá-lo no restaurante, suas mensagens e quando o vi nesse terno escuro mostrou que tenho muito mais controle de mim do que imaginei que tivesse, mas agora aqui onde estamos sozinhos, com ele perto dessa maneira, não ajuda em nada. Espero que ele não tenha notado que estou tremendo.

- Merece. Foi o que aquele moleque te propôs? Um relacionamento de verdade? Com direito a tudo? – Pergunta puxando-me mais pra ele, seu jeito bruto e sua voz grossa, me excita de imediato. Eu poderia contar que o Calebe havia sim dado sinais nada sutis que havia me chamado para jantar amanhã e que eu aceitei, mas não parece que seja uma boa ideia cutucar a onça com a vara curta. Ainda mais quando ele me encarava como uma fera a espreita. Meu coração acelera descompassado e seria muito mais fácil se não sentisse esses extremos com ele. Somente com ele. 

- Ele não é um moleque, eu não me relaciono com moleque, ao menos não mais. O Érick foi experiência o suficiente. – Digo e claro que a minha resposta não se adéqua a ele, tudo que o Guilherme havia feito foi agir conforme sua consciência pedia, mas eu também tinha que agir como a minha pedia. Não quero ter que dividi-lo com mulher nenhuma, odiei todas as mulheres que o olharam quando ele passou, mantendo o olhar fixo nele. E ele poderia e pode ter companhia fácil no momento que quisesse. Mas não estou disposta a passar por isso, achei que estivesse, mas percebi que não.

- Vocês estão se relacionando? – Indaga. Sua expressão de estar sendo torturado seria engraçado se eu não estivesse da mesma maneira, não sei quanto tempo eu conseguiria não agarrá-lo, não sentir sua boca na minha, mas antes de tudo precisava que ele percebesse que me quer de verdade, exclusivamente, que me quer da mesma maneira que eu o quero. Inteirinho e só para mim sem preocupações se ele está ou não com alguém, eu o quero de verdade.

- O que você faria Guilherme se eu te dissesse que acabei de aceitar um relacionamento sério, o que faria a respeito? – Pergunto. Seus olhos azuis escurecem o deixando um tesão, sua expressão séria é uma tentação. Ele me acusa de ser um perigo, mas não pensou em um segundo que o mesmo acontece comigo, que os meus planos de não entrar tão cedo em um relacionamento tinha caído por terra. Desde o momento que a gente ficou eu sabia que estava perdida, toda vez que eu pensava nele e sorria, provava que a merda já tinha sido feita. E eu mesma não podia aceitar menos.

- Te mostraria que é a mim que você quer. Nós dois sabemos disso Marina. Você quer um homem e esse homem sou eu. – Afirma. Sim sabíamos perfeitamente, mas ainda é pouco, não bastava apenas existir o querer, quero algo concreto. Antes que responda, ele ergue o meu queixo, seus olhos presos nos meus, e sinto um frio na barriga temendo e ansiando para sua próxima atitude. Seu olhar me estuda, intimidando-me. Mas não abaixaria e nem cederia facilmente. Eu quero mais e só quero esse mais com ele, mesmo sabendo que posso me arrepender, se envolver com um homem como ele é procurar por algo assim, mas preciso pagar pra ver.Como preciso que ele me beije, mesmo sem meu consentimento verbal, eu queria só para poder acusá-lo de algo que eu não queria, mesmo querendo. 

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora