Capítulo Quarenta e Seis: Nada Funciona.

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Marina Oliveira...

Cinco dias...

Cinco dias que estou me acostumando com  a ausência do Guilherme. Cinco dias que não consigo dormir bem. Cinco dias que estou sentindo o chão ser tirado dos meus pés. E o pior é que eu realmente imaginei que ele me procuraria que faria alguma tentativa, eu sei, deveria estar aliviada, deveria estar feliz por ele ter entendido que acabou, mas a verdade é que boa parte de mim, queria que ele ao menos me procurasse, mesmo que fosse ao menos para poder dizer o quanto ele havia estragado o que sinto por ele e meio que me estragado também, é impressionante como damos poder ao outro sobre nós. Como o Guilherme havia conseguido me resumir em basicamente nada, levantar da cama esta exigindo uma energia, um esforço que eu nunca imaginei ser preciso. E fingir que estou bem então!

Uma das piores partes foi contar que acabou. Meus pais já haviam notado algo, preferi contar o que havia acontecido não tudo, apenas que meu relacionamento dos sonhos, com um homem incrível, que eu acreditava ser incrível acabou, não entrei em detalhes, não aguento mais o posto de ser traída. Apenas disse que não estávamos juntos e que cada um havia seguido a sua vida. Ao menos ele havia seguido a vida dele, eu estou estagnada. Vivendo dias iguais, repetitivos, acreditando fielmente que tudo vai ser resolvido. Que tudo entrará nos trilhos e estou contando que o tempo consiga mesmo melhorar o sentimento de insuficiência, de ausência que vem me consumindo dia a pós dia.

Infelizmente já perdi a conta de quantas vezes peguei o celular e pensei em mandar uma mensagem, um telefonema, mas daí me lembro de como ele me traiu, de como partiu meu coração e de como se comportou como um covarde e todo o ciclo começa eu começo a chorar, começo a odiá-lo e me agarro ao pensamento que tudo vai passar, que chegará o momento que lembrar dele não irá doer tanto, que as lembranças serão apenas lembranças e que irei superar o Guilherme Brandão, irei conseguir viver a minha vida como eu fazia antes dele.

Mas a verdade é que não é uma luta fácil, não é fácil seguir em frente sem ao menos se sentir presa pelo passado que vem me consumindo aos poucos, eu ainda amo o Guilherme seria uma mentirosa se não admitisse ao menos isso para mim, eu ainda o amor como antes, mas não o vejo mais da mesma forma e talvez por isso eu consiga daqui um passo de cada vez, não posso arrancar um amor da intensidade que o meu é de uma hora para outra, mas sei que nesse caminho eu posso aprender a me amar um pouco mais, por que correr atrás do Guilherme não é uma decisão da qual eu realmente não quero tomar e irei lutar contra os meus sentimentos ate não restar mais nada.

Estaciono o carro em frente do novo endereço da minha melhor amiga. A Lena havia se casado com o Henrique. O nosso professor e fico muito feliz por ela estar com o homem que ama, estar realizada. Mesmo com o susto que levei quando recebi a fatia do bolo e um convite, que era totalmente o oposto dos outros. Na verdade era um comunicado. Quero poder da um abraço nela. Claro que eu queria estar presente, queria ver como ela tinha ficado linda em um vestido de noiva, queria poder ter ajudado de alguma forma. Mas de saber que ela está feliz eu também estou.

Depois de uma hora sentada no sofá da nova casa da Lena e de ter contado  a minha nova e triste realidade, sobre a decepção recente chamada Guilherme Brandão. Dando deixa para que o Nick também falasse da sua decepção com o Carlos que havia decidido opinar pelo passado. O que há de errado com as pessoas? Será que nunca ouviram, que se passado fosse bom, seria presente, mas eu concordava com o Nick em uma única coisa em esquecer. Eu quero esquecer o Guilherme, eu sei que essa afirmação é a mais repetitiva que venho dizendo, mas se tornou uma necessidade. Eu não quero me sentir presa sempre a ele. Por que eu ainda me sinto conectada, me sinto dele.

Eu sei ridículo.

A música alta da boate Delux deveria estar me sentindo viva, mas estou aqui olhando para o terceiro copo de tequila e pensando exatamente o que estou fazendo aqui? Vim movida somente para aproveitar um momento com os amigos que tanto amo, ou vim para provar que ainda existe um pouco da Marina de antes, a Marina impulsiva que vivia de maneira insana em busca de uma válvula de escape, mas ao mesmo tempo parece tão distante. Bebo de uma única vez pedindo outro para o garçom quando olho para pista de dança. E se tinha algo ainda de mim, em mim mesma, é essa vontade de dançar que ainda continua predominante.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora