I.M.P.U.L.S.O.S.

Capítulo Nove: Dona De Mim.

Marina Oliveira...

O caminho até a faculdade é tranquilo, meus pensamentos voaram um pouco para o Guilherme, eu detesto isso em mim. Eu sempre confundi muito os meus sentimentos com empolgação, tive uma boa cota de relacionamentos passageiros de caras que queriam exatamente o mesmo que eu e depois cada um ia para o seu canto, ficava pensando na pessoa? Sim eu ficava. Mas depois tudo passava, até achei que fosse frígida em relação a sentimentos, mas daí conheci o Érick e percebi que sou capaz de ter um relacionamento, respeitar, apesar de ser um pouco impulsiva e sei que o meu momento é agora é de me conhecer. 

Deixar de curtir como se não houvesse amanhã e focar ainda mais em meus estudos, em mim, no que eu quero e finalmente vou conseguir sentar e ler um dos meus livros favoritos que está esquecido em meu armário com a página marcada e não tive tempo para me afundar, afundar no mundo perfeito ou não que é a literatura. 

Mas agora aproveitaria as pequenas alegrias do meu dia, um bom café, uma boa companhia, os momentos que tenho com a minha família, os meus amigos e em mim. Tentar controlar essa impulsividade, controlar essa de ser a maluquinha e principalmente controlar tudo que me envolve. Sorrio com o pensamento, e continuo cantando dentro do carro juntamente com a voz maravilhosa da Isa. 

"...já não importa a sua opinião, o seu conceito em mudar a minha visão, foi tanto sim que agora digo não, por que a vida é louca mano! A vida é louca. Quero saber sobre o que me faz bem, papo furado não me entretém não me limite que eu quero ir além, por que a vida é louca mano! A vida é louca! Me perdi pelo caminho, mas não paro não já chorei mares e rios, mas não afogo não. Sempre dou o meu jeitinho é bruto, mas é com carinho porque Deus me fez assim dona de mim, deixo minha fé guiar, sei que um dia chego lá. Por que Deus me fez assim dona de mim..."

Paro no estacionamento, pegando a minha bolsa e seguindo para sala de aula, estou sentindo-me leve e feliz com um bom humor maravilhoso. Sigo para sala onde deparo-me com o professor Winter gostoso de morrer, é o nosso professor lindo, gostoso e inteligente. Um deus grego, mas meu sorriso se alarga quando vejo a Lena sentada compenetrada no livro, como sempre. Sento-me ao seu lado. O sinal toca e o Henrique se levanta indo para o quadro começar a escrever. 

- Tenho novidades para te contar. Quer dormir lá em casa? – Pergunto baixinho, não quero correr o risco de estragar a aula do professor Henrique que diga-se de passagem é um homem e tanto, isso é inegável. Mas consegue ser rígido como ninguém. 

- Que tal amanhã? – Propõe. Levo a mão para seu rosto tirando a mecha que havia caído. Ela sorri com o meu gesto, mas seus olhos estão focados no quadro. 

- Você vai de certeza? – Indago. Eu entendo que a Lena trabalhe e estude e seja tudo muito puxado, eu mesmo apenas estudando já é bem exaustivo imagina ela! Mas gostaria que passássemos mais tempo juntas. 

- Sim eu vou. – Afirma. E fico tranquila, uma de suas qualidades é manter fielmente a sua palavra e isso conta muito pra mim. 

Volto a prestar atenção na aula do Henrique que digamos não é nenhum sacrifício, ele começa a explicar e sua voz ecoa pela sala. Pensar que já dei em cima dele, não de chegar diretamente e falar que estou afim, mas sendo um pouquinho mais discreta é claro, mas ele é um homem que tenho certeza que não mistura a vida pessoal com a profissional e sinceramente apesar de ser todo lindo, tenho a impressão que é certinho demais. Ele se senta deixando que todas sigam para tirar suas dúvidas com ele. 

- Vão fazer o que nesse final de semana? – Pergunta a Cecília, mudando a sua posição e olhando para nós. 

- A Lena vai dormir lá em casa querendo se juntar a nós! – Convido. O que seria ótimo uma noite do pijama nós três falando de coisas bobas, comendo chocolate enquanto assistimos algum romance com homens que não existe na realidade. Digamos que teríamos uma maratona de ilusão.