Capítulo Doze: Sem Pretensão.

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Sigo para sala atrás do meu celular, como eu não dormi em casa minha mãe com certeza deve estar deduzindo que dormi na casa da Lena, quando na verdade estou me envolvendo rápido demais com um homem que conheci a pouco tempo. Queria poder contar a ela o que está acontecendo, mas sinto que ela não entenderia, pelo menos não ainda, eu o Guilherme não temos nada além de ter transado duas vezes, eu também não quero nada sério por agora a experiência com o Erick tinha deixado bem claro que relacionamentos, por enquanto, não são para mim, mas estou sentindo algo por ele não sei se é apenas empolgação, ou se corro risco de sentir algo mais profundo. Pego a minha bolsa vendo algumas mensagens da Cecília, do Nick e da minha mãe perguntando-me se almoçaria em casa, respondo todas elas e mando mensagem para Lena desculpando-me novamente por ter estragado a nossa noite.

- Já ia te buscar. – Diz o Guilherme parado me encarando. Odeio sentir essa sensação quando ele me olha dessa maneira, é simplesmente intenso demais, e fico um pouco desconcertada, mas aprendi a fingir bem e esconder os meus sentimentos, talvez cedo demais, mas fiquei boa demais em saber disfarçar, mas meu corpo esse precisava de um pouco mais de treinamento.

- Estou faminta! – Exclamo levantando do sofá e seguindo para cozinha passo por ele e sento-me no banco, sua cozinha é moderna, e aconchegante ele faz o mesmo vindo atrás de mim, arrepios percorrem meu corpo e uma única vez eu não queria ser afetada dessa maneira por ele. Até quando eu vou ver o Guilherme e sentir esse clima, essa vontade e desejo? Não que eu queira que mude, mas digamos que eu não preciso quebrar a cara novamente, já passei por uma situação parecida bem recente.

- Atrapalhei alguma coisa? – Pergunta enquanto me serve com um macarrão impecável a molho branco, em seguida coloca uma taça ao meu lado abrindo um vinho branco, ergo a sobrancelha, meu intuito não era beber tão cedo!

- Não. Estava apenas conversando com a minha mãe dizendo que estou na casa de uma amiga, eu dispenso o vinho estou com a vodca entalada na garganta. – Respondo, ele sorri empurrando a taça para a minha direção.

- Eu sei, acredite esse vinho ele é delicado. Escolhi a dedo e acredite eu jamais te daria algo que fosse te fazer mal. – Afirma. Mesmo desconfiada faço o que ele disse, experimento do vinho sentindo o gosto ele é delicioso confesso, não é enjoativo e suaviza no paladar. E qualquer coisa que ele tivesse escolhido para mim valia a pena experimentar. 

- Ele é delicioso! Igualzinho a você. – Exclamo. Ele se senta ao meu lado levando o garfo até a boca com o macarrão maravilhoso, e faço o mesmo. Seus olhos em mim e o sorriso no canto com o meu comentário. 

O clima continua agradável apesar do silêncio, o que faz com que minha mente comece a trabalhar, eu queria saber mais um pouco desse homem, que é um mar de mistério, sei somente coisas superficiais que qualquer pessoa poderia deduzir, bebo um pouco mais do vinho pensando em como abordar alguns assuntos, o principal deles é como a gente ficaria. E se a gente ficaria? Ao mesmo tempo que eu quero que esses momentos se repitam eu não consigo parar de pensar que estou entrando em uma encrenca. Os clichês românticos que eu leio, assisto me provam que sexo sem compromisso é a deixa para que se torne algo mais sério, que sentimentos comecem a aparecer. Principalmente em mim que tenho esse defeito de me apegar rápido demais, de simplesmente esquecer todos os meus argumentos que havia planejado como uma base, mostrando que não é sustentável, ainda mais quando sinto toda essa eletricidade nos envolvendo, nos puxando a ficar perto. 

- Marina a gente tem que conversar pelo menos eu preciso conversar. – Diz. O clima bom até então, e sinceramente eu preferia o silêncio que me fazia poder imaginar qualquer situação, viro-me encarando e ele faz o mesmo, estamos muito próximos e não sei se essa proximidade é muito bem vinda para quem quer ter uma conversa séria, queria ser ao menos um pouco indiferente a esse homem, mas eu não consigo e não sei se estou me esforçando como deveria, e pelo menos deveria ter colocado uma camisa antes de sentar todo lindo e cheiroso ao meu lado, falando grosso e sendo totalmente gentil. Assim é pedir demais de mim. Exigir de um auto-controle que não tenho.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora