Capítulo Trinta: Etapas.

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Marina Oliveira...

- Como foi à noite de ontem? – Pergunta a Cecília deitada na espreguiçadeira. Respiro fundo analisando a noite inteira, principalmente como o Guilherme conseguiu driblar muito bem o meu pai. Com todas as suas perguntas, parecia que estava entrevistado um candidato a um funcionário para um cargo, mas fora isso tudo havia seguido as mil maravilhas, tudo tinha sido muito bom. Agora a gente não precisa mais se esconder, ou se privar e principalmente eu não preciso ficar enfiando minhas amigas nas minhas justificativas para dá umas fugidinhas.

- Foi muito boa na verdade, meu pai se comportou da maneira Pietro de ser, mas ocorreu tudo bem. – Respondo. Ela balança a cabeça concordando. Ela sabia muito bem como meu pai poderia passar facilmente de um homem gentil para um homem das cavernas, mas eu entendo que ele está simplesmente querendo ver o meu bem e depois do meu ultimo relacionamento todo cuidado é pouco, mesmo que seja com o Guilherme.

- E o que pretende fazer nas férias? – Indaga se inclinando para beber seu suco de abacaxi e hortelã, um dos meus preferidos. Ainda não havia montado um cronograma de viagem, e eu sempre planejo minhas viagens, conhecer lugares, mas a verdade é que como estava namorando com o Erick o próximo passo era conhecer a sua família e ser apresentada formalmente, mas como isso já havia ficado em um passado bem distante, e acabei me deixando levar por novas emoções que não pensei em nenhum roteiro.

- Ainda não decidi nada, e você incluiu o Guto em suas férias? – Pergunto. Até onde eu sei, o relacionamento deles está indo muito bem, muito mais do que pensei que iria, muito mais do que eu tinha imaginado que seguiria. E o improvável ganhou vida digamos assim.

- Não exatamente, vamos sim viajar juntos, mas eu não quero passar as minhas férias inteira grudada no namorado, não me entenda mal, eu amo o Augusto, mas quero um tempo pra mim, quero respirar, ter um pouco de liberdade, quero sair e não ter hora pra voltar ou ter que dá satisfação a cada passo dado. Isso tudo meio que desgasta a relação. – Fala. Ok! Cada um é cada um e sabe de si, mas relacionamento não é prisão, ao menos não deveria ser incumbido como se fosse.

- Não vou dizer que entendo por que eu não entendo, adoraria viajar com o Guilherme passar minhas férias inteira com ele, curtir lugares novos, conhecer outros costumes e culturas apreciando a sua companhia e não achar que é um martírio ter o namorado do lado. – Menciono. Ela balança a cabeça em negativa.

- Mari eu juro pra você que não é assim especificamente. Claro que você quer viajar com o Guilherme, estão na fase da lua de mel. Vocês já tiveram alguma briga feia? Já falaram algo que não queria e se arrependeu depois? Já dormiram separados por conta de bobagem? – Questiona.

- Tecnicamente o meu começo foi bastante turbulento e você acompanhou de perto, lidamos com muitos problemas pequenos que foram se resolvendo por que fizemos se resolver e sabe o que eu descobrir? Que conversar, expor o que sente é a melhor decisão ser tomada, evita mágoas. – Comento. Ela gargalha e experimento o meu suco quando vejo a Daninha se aproximar com um lindo arranjo de flores.

Eu nunca recebi flores.

Mantenho-me parada quando ela me entrega sorrindo, meu coração acelera rapidamente, pode parecer exagero, mas essa sensação, esse mimo e atenção que o Guilherme havia tido comigo é algo que mexe muito comigo e confirma exatamente o que eu já sei.

"Um pequeno gesto do quanto penso em você o dia inteiro. Ansioso para essa noite, de muitas que virão. Minha Devassinha."

Leio o seu cartão e se possível sorrio ainda mais, é impressionante como o Guilherme sempre consegue me surpreender.

- Devassinha? Devassona! – Exclama a Cecília lendo o meu cartão, mas nem mesmo ela consegue não suspirar pelo gesto, quero agradecer. Mas decido fazer isso hoje a noite, quero agradar esse homem ao menos um por cento do que ele faz comigo.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora