Capítulo Vinte e Dois: Finalmente Livre.

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Guilherme Brandão...

Com tudo que havia acontecido eu tinha simplesmente esquecido que hoje assinaria os papeis do divórcio.

Estou completamente focado em minha vida atual, que esqueci do meu passado por inteiro. Confesso que a minha atitude em relação a Marina vem me enlouquecendo a cada dia mais, a cada segundo para ser totalmente honesto. Nunca me senti dessa maneira vulnerável, confuso, inseguro e sem saber o que fazer. Quando a vi no jantar imensamente linda, percebi que não poderia me enganar mais, por que é exatamente isso que estava fazendo, queria acreditar que precisava de noitadas, de sexo com estranhas em cada dia diferente. Mas esse nunca fui eu.

Gosto de relações casuais, mas sempre buscava algo mais fixo, mais presente, alguém com quem pudesse estar, e isso havia acontecido quando conheci a Amanda eu achei que a gente combinava, que tínhamos uma boa química, queríamos a mesma coisa, mas agora percebo o quanto estava errado. Talvez me faltasse maturidade para conseguir lidar com o que de fato é um casamento. E ali tive a certeza que não estava preparado, que apesar da química, é se preciso muito mais para fazer com que um casamento siga pra frente, não esperava nenhum mar de rosas, mas também não esperava o funeral que nos assombrava diariamente, lutamos por algo que nem existiu.

E comparando tempo não tem nada haver com sentimento, emoções. Por que nesse pouco tempo com a Marina consegui sentir o que não sentia há anos. Achei mesmo que fosse característica minhas, mas a verdade é que tudo com ela é muito intenso, muito forte e eu não consegui controlar, na verdade não sei se de fato queria o controle, desde o momento que a vi eu sabia que a queria, sabia que ela seria minha e quero que seja dessa maneira. Que continue sendo dessa maneira, quero sempre ser um dos motivos dos seus sorrisos, do brilho do seu olhar, quero que tenha certeza que pode contar comigo para ser o seu apoio no que seja. E quando eu a vi vulnerável, meu sangue ferveu.

Não que tivesse dúvida alguma, mas percebi o quanto essa menina consegue despertar todos os meus lados, tanto bons quanto ruins. E sei que não há nada que ela me peça que eu na seja capaz de fazer. Sou louco por ela. Louco por cada detalhe seu. E não me culpem por ter todo esse ciúme que me corrompe imensamente. Eu queria muito que pudesse ir mais devagar, mas quando percebo estou correndo. Respiro fundo contendo a vontade insana de ir atrás dela, de participar da porra do jantar que ela terá, mas sei que preciso me manter calmo. E ter a certeza que se acontecer qualquer coisa, se aquele moleque ousar passar da medida, ela me contará e será um imbecil a menos no mundo.

- Vamos entrar? – Pergunta o Caio. Eu sabia que encontraria a Amanda ali dentro, a mulher que eu jurei respeitar e amar. Mas não poderia seguir com essa promessa quando a mulher que eu conheci e que convivia era duas pessoas diferentes. Se ela tinha entrado em contato comigo eu não sabia, havia bloqueado seu número, como pretendo fazer com a sua presença em sua vida, deixei bem claro que poderíamos fazer de duas formas. Seria amigável ou no litigioso. A gente não tinha mais volta e nosso casamento não havia mais salvação.

- Vamos. – Afirmo. Levanto-me da cadeira seguindo ao seu lado entrando na sala. Ela está presente com o advogado e com o seu pai. Claro que ele viria acompanhá-la. Nos encaramos e percebo que ela tinha chorado. Acredito imensamente que fazemos escolhas a cada segundo e tem que se ter muito peito para arcá-las no fim das contas. E é exatamente isso que eu esperava da sua parte. Sento-me na cadeira e o Caio faz o mesmo.

- Antes de começar eu gostaria de saber. Estão certos que querem se separar? Não há mais amor no casamento? – Pergunta o Juiz. Antes que responda a Amanda o faz.

- Da minha parte ainda tem amor, eu tentaria mil vezes para acertamos Guilherme. Eu ainda te amo e vou continuar amando. – Responde encarando-me. Se de fato me amasse teria sido honesta, dito a verdade e não ter tentado me apunhalar pelas costas. Eu quero uma mulher ao meu lado e não uma marionete que se me mexe conforme o pai faz a sua cabeça. Poderia cuspir todas essas palavras para ela, mas já tínhamos nos desgastados demais. Em conversas que terminavam em discussão, em um tesão que morria aos poucos e a vontade de estar juntos diminuía a cada dia mais. Ao invés de sentir vontade de voltar pra casa, me prendia o máximo que podia trabalhando, tentando evitar o inevitável. Até que não deu mais. E chegamos a tal ponto. Eu não a culpo pelo nosso fim, sei que poderia ter feito mais. Só que estava infeliz, como ela também estava e só não quer enxergar.

I.M.P.U.L.S.O.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora