Capítulo 18: Karma existe? E se existe, por que existe?
Nem mesmo Lara Croft de Tomb Raider se sentiu tão perdida ao chegar na ilha misteriosa na costa do Japão e acordar dando de cara com uma arma. Todos os dias Hongjoong agradecia por Mathias Vogel ter morrido de uma forma horrível, após levar uma surra de Lara e ser jogado em uma cova rasa com outros milhares de cadáveres que completavam aniversário em sua decomposição.
Ele estava no alto da arquibancada tentando encontrar um sinal de vida de San como um marujo em seu navio, vasculhando o perímetro dentre os mares com telescópio. Bem, a situação podia ser tão emocionante quanto, mas não era. Na verdade, Hongjoong estava bem irritado pois, o fato de ter se perdido de Choi San significava que ele não havia escutado uma palavra do que disse.
Lembrava muito bem que, depois da partida de futebol americano entre Seul Warriors e Busan Saviors, desceram para o campo a fim de cumprimentar Yang Jeongin e Hwang Hyunjin após uma vitória gloriosa com uma diferença estrondosa de trinta pontos. Quando chegaram lá, San foi roubado por Hyunjin e ficou bastante absorto no que ele dizia. Tão absorto que não ouviu Hongjoong falando que iria comprar um suco porque sua garganta estava seca.
Andou por toda aquela avenida e no fim não encontrou um lugar aberto. Aborrecido, retornou para o ginásio e se deparou com um vazio incomparável. Como uma quadra que estava tão lotada se tornou vazia em pouquíssimo tempo? Não demorou muito, achava. Tentou enviar uma mensagem para San, e tudo o que encontrou em seu bolso foi um celular descarregado.
— Merda! — voltou a guardar o aparelho, abraçando seus próprios braços que eram açoitados pela engiada. O clima caiu drasticamente, de maneira inesperada, e por conta disso ele sequer carregava um casaco consigo. — San, onde diabos você se meteu?
Seguiu vasculhando onde podia, afinal, se o Choi desconfiasse que tinha sumido de propósito, ficaria magoado com ele até o último aniversário da rainha Elizabeth II da Inglaterra. Sabia sobre as regras inflexíveis e construídas sob extrema seriedade estipuladas por aquela amizade que já se sucedia há alguns anos.
Suspirou pesadamente, derrotado. Possivelmente Hyunjin levou San para um passeio, seria um tolo caso perdesse tal oportunidade.
— Certo, eu nunca te abandono, Choi San, mas na primeira oportunidade você me deixa por causa de um... jogador bobo — grunhiu, se pondo a descer a arquibancada em passos largos... os mais largos que poderia dar. — Tudo bem que Hwang Hyunjin é um sonho para qualquer garoto ou garota que se preze, mas eu ainda sou o seu amigo, não sou? Yunho nunca faria isso comigo.
Congelou ao proferir aquela sentença, julgando-a amaldiçoada. Honestamente, odiava se lembrar do fato de Yunho e ele terem se afastado tão bruscamente após a descoberta de que o maior detinha sentimentos por si. Há quanto tempo devia fazer? Conviviam como dois melhores amigos, e de vez em quando Hongjoong até se arriscava em comentar sobre um garoto ou garota que lhe chamou atenção... Será que alguma vez magoou o seu melhor amigo mesmo que sem querer? Ele ficava tão preocupado... O sistema de alarde dentro dele apitava quando via o Jeong nos corredores — o que era realmente uma peça pregada pelo acaso, uma vez que sequer no mesmo prédio estudavam. Bem, aprendeu que aquela situação se assemelhava muito ao medo de altura, e a melhor forma de lidar com o medo de altura era não olhar para baixo. Se não olhasse, logo tudo ficaria bem e voltaria ao normal.
— Falando sozinho?
Kim sobressaltou pelo susto, quase caindo para trás. Pode se segurar à tempo em uma das cadeiras, mas os seus pulmões ameaçaram parar de funcionar por alguns instantes, e seu coração deu sinais de que estava a um pé de sofrer uma parada cardíaca.
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CAMISA 18 | WOOSAN
FanfictionSan se vê obrigado a conviver com Wooyoung, o filho da namorada de sua mãe e jogador de futebol americano, que carrega o número 18 nas costas com um orgulho exagerado. Inicialmente, San o considera um estereótipo de jogador sem cérebro. No entanto...