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Capítulo 47: Não é um tornado que está chegando. É algo muito pior.

San convenceu Hyunjin a ficar em casa e dormir até a tarde. Ele estava visivelmente exausto e San não sabia como ele foi capaz de dirigir de uma cidade até a outra durante a madrugada e sem qualquer preparo. Hyunjin não discutiu muito já que aparentemente ele estava insatisfeito com a presença de Wooyoung e San prometeu que voltaria o mais tardar possível para cuidar da mudança e encaixotar o que fosse preciso. Por fim, era um trabalho que ele definitivamente não se sentia disposto a executar.

Foi andando com Wooyoung em seu encalço, os dois calados, contando as pedrinhas na calçada. San tinha em mente que Wooyoung e ele ainda possuíam uma história em andamento, e que no auge de seu fluxo inconstante de emoções, contou à Wooyoung que havia um propósito o envolvendo para o namoro entre ele e Hyunjin existir. Se somente existia uma pequena chama acesa, agora evoluiu para uma fogueira.

Mas os dois nunca sabiam como falar sobre nada. Quer dizer, na cabeça de San as conversas soavam mais fáceis do que realmente eram quando iniciadas. Ele olhava Wooyoung de canto e se perguntava no que ele estava pensando e se os dois estavam com a cabeça na mesma coisa. Eles pararam em um semáforo de pedestres para atravessar a rua. Com isso, o fluxo de pessoas aumentou ao redor ao ponto de ir aproximando Wooyoung de San e vice-versa. Suas mãos se roçaram uma, duas... três vezes, até Wooyoung reparar que dentro de si gritava uma vontade de agarrar as mãos de San para que andassem juntos sem que a vergonha fosse capaz de separá-los.

Raspou a ponta dos dedos na superfície da palma de San, deixando de olhá-lo para não perder a coragem. Ele imaginava que San estava encabulado o suficiente com a questão de terem se beijado pela manhã, embora estivesse namorando. Não era da indole de San ser um traidor, porém, sinceramente, Wooyoung não iria se conter mais sabendo que San estava naquele maldito namoro por uma razão externa aos seus sentimentos por Hyunjin.

O seu mindinho tocou o de San ao que não foi repelido, então seus ombros se encostaram e Wooyoung quase tremeu pela fricção que foi ocasionada, ressaltando o seu nervosismo que começou a despontar no fundo do estômago. Respirou fundo, ergueu a cabeça e visualizou a abertura do sinaleiro. Era naquela hora. Não iria deixar San escapar de novo. Em um único fôlego, juntou o seu dedo menor ao de San, enroscando timidamente. San se assustou com o ato, mas ao mesmo tempo sentiu-se familiarizado... era confortável.

Permitiu que Wooyoung fosse subindo seus dedos até que encontrasse os nós e encaixasse os dígitos ali, perfeitamente, por fim finalizando o ato em um entrelaçar que chacoalhou o coração de ambos. San sentiu-se esquentar, ele quase pirou porque Wooyoung estava segurando a mão dele. Começaram a atravessar a rua, avançando pela faixa de pedestres branca no asfalto. A multidão de pessoas ao redor se tornou opaca e apagada e o coração de San somente enxergou que Wooyoung e ele estavam de mãos dadas, no meio de um fluxo urbano, e nenhum dos dois estava se recriminando por isso.

O silêncio era tão convidativo, que não ousaram deturpá-lo. O ruído da cidade era o suficiente, estavam em uma metrópole em profundo movimento. Wooyoung agarrou o sentimento de felicidade que o saudou e ele se atentou aos detalhes do tato de San sobre o seu, a pressão amena que ele usava para segurar de volta, o toque macio e ao mesmo tempo com um aspecto áspero que não tirava a sua delicadeza, a forma grossa e longa de seus dedos que poderiam se igualar aos seus. Choi San era, sem dúvidas, completo. Era como planejar uma vida toda para um momento e se ver estupefato quando finalmente acontece.

Quando chegaram até o hospital, se separaram a contragosto. Wooyoung desejava passar mais tempo perto de San, sem ter que criar uma desculpa. A atmosfera do hospital, no entanto, trazia uma penumbra para o seu coração e a feição de San voltava a ter tons de perturbação.

CAMISA 18 | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora