Capítulo 45: Impaciência criou uma turbulência e nos distorceu.
— Eu não entendo — Wooyoung reclamou, debruçado sobre a barriga de Mingi, no leito do hospital. — Como tudo foi dar tão errado?
Wooyoung havia alugado todo aquele dia para passar ao lado de Mingi durante sua internação que não estava sob hipótese de debate. Comprou um simples buquê de margaridas e um álbum de figurinhas de futebol para Mingi completar e se livrar da monotonia. Ele estava fazendo isso agora enquanto ouvia Wooyoung desabafar sobre o seu encontro com San e o quanto estava furiosamente frustrado. Sinceramente, Mingi não entendia mais a situação de seus dois amigos, mas ele era um bom ouvinte e era disso que Wooyoung precisava.
— Você diz... em que parte? — Mingi perguntou tentando descolar os dedos da cola de uma das figuras que estava colando, bastante distraído com isso, os óculos de armação fina escorregando para a ponta do nariz.
— Em tudo! — Wooyoung bufou. — Não entendo porquê ele me pediu aquilo.
— Você pode apenas fazer o que ele pediu?
Incrédulo, Wooyoung se ergueu e o encarou com discrepância. Era um verdadeiro abominador da natureza pacífica de Mingi.
— Sem saber de uma única razão para eu realmente desistir do jogo? Nem morto! — garantiu, irredutível. — É o único lugar que posso me acertar com o Hyunjin sem um de nós dois morrer ou ser preso. Eu quero esfregar a cara dele na poeira do campo e interceptar aquele maldito ao ponto de torná-lo inútil para o time dele.
— Cara, eu admiro quanta energia vocês dois dedicam para odiar um ao outro, na moral — calou-se para se concentrar na próxima figurinha, dando o melhor de si para que aquele álbum ficasse apresentável. — Aliás, não tinha um álbum da Copa América de 2018? Ou da Eurocopa de 2020?
— Pare de reclamar. Esse álbum da FIFA é mais completo do que todos os outros — Wooyoung o condenou, escutando ele rir. — Estou aqui falando sobre o meu ex-namorado que namora um sociopata que me odeia e que provavelmente está manipulando ele para afastá-lo de tudo e todos, e você preocupado com a Copa América, Mingi?
— Todos têm suas prioridades — brincou Mingi. — Yunho me contou o que vocês aprontaram. Tem algo pra falar sobre isso?
Contendo um gemido de frustração e vergonha, Wooyoung manifestou avidamente o quanto era contra entrar naquele tópico.
— Pelo menos agora você tem alguém para falar sobre como ele é um pedaço de mal caminho — provocou, assistindo Mingi rir e revirar os olhos. — O que aquele cara tem? Mel?
— Mel para atrair a Abelha-rainha — Mingi associou em deboche, fazendo o encaixe perfeito entre uma piada e uma realidade meio impensada.
— Não vou rir da sua piadinha grotesca — Wooyoung pressionou os lábios, contendo o riso usando todo o seu empenho de ignorar a indelicadeza de Mingi, e sua habilidade de zoar o que não se deve ser zoado. — Estou feliz que você está de volta, irmão.
O clima suavizou para uma tênue amabilidade doce como se pudesse atrair formigas pelo cheiro. Mingi parou de colar as figuras e o olhou sensibilizado; Wooyoung sorriu para ele, bagunçando os seus cabelos.
— Obrigado, irmão — as linhas dos lábios de Mingi curvaram-se em um sorriso afável. — Não acredito em tudo o que aconteceu. Eu quase fui morto mais uma vez por esse coração de merda — proferiu agoniado, arrancando uma risada de Wooyoung. — Eu estou feliz por estar vivo — confessou, suavemente. — E eu estou feliz porque a primeira pessoa que eu vi quando acordei foi o Hongjoong — se gabou, apaixonadamente. — Ele esteve aqui o tempo todo? Vocês não cuidaram dele?
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CAMISA 18 | WOOSAN
FanfictionSan se vê obrigado a conviver com Wooyoung, o filho da namorada de sua mãe e jogador de futebol americano, que carrega o número 18 nas costas com um orgulho exagerado. Inicialmente, San o considera um estereótipo de jogador sem cérebro. No entanto...