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Capítulo 2: A Abelha-rainha dos campos, e um pé no saco em casa.

Os ouvidos de San não suportavam mais ouvir a doce voz de Wooyoung enquanto ele cantava no chuveiro a plenos pulmões como se fosse um bom cantor e soubesse cantar. Define-o como uma gralha, uma música chata que todos gostam de ouvir e que tem um refrão chiclete; ele desafinava, gritava mais e imitava o som dos instrumentos musicais enquanto possuía as embalagens de shampoo e condicionador como a plateia que acopla sua legião de fãs.

E não era que Wooyoung não tivesse fãs, ele tinha, mas não por causa de sua falta de talento nato e aptidão para música. Caso o ouvissem cantarolar "That's What I Like" do Bruno Mars sem saber a letra mudariam de ideia sobre a pessoa que tinham como ídolo, e quem sabe pudessem atualizar os seus padrões de qualidade.

Pois, Jung Wooyoung não poderia ofertar nada de valoroso segundo Choi San que apenas tentava se concentrar na leitura de seu livro; O Sonho da Câmara Vermelha, mas depois de um tempo as falas de Xue Baochai não faziam o menor sentido e sua voz era substituída pelo desafinado jogador de futebol que já estava tomando banho há pelo menos duas horas, e naquele meio tempo fez a introdução, o desenvolvimento e estava prestes a concluir o seu show particular que San possuía o desprazer em presenciar.

Vedou o livro com raiva, agarrando o travesseiro em sua cama para cobrir suas orelhas. Era impossível manter a concentração não importava o quão assíduo leitor ele fosse. Pedia ao universo, ou àquele que regia as leis do universo, para fazer o quarterback ficar mudo ou escorregar no piso do banheiro e bater com o bumbum no chão como punição por ser tão inconveniente — San estava redondamente enganado quando imaginou que alguma vez aquele garoto apresentou o mínimo de decência e bom senso.

Ainda se lembrava do jantar daquela noite. Sua mãe cobria Wooyoung de elogios, seja sobre sua boa aparência ou com o quanto o sujeito lhe soava educado. Ele fingia na frente das mais velhas e mentia como um pescador, visando aparentar ser o filho perfeito.

San não era o filho perfeito, então logo foi alvo de pequenas e boas críticas. A senhora Choi falava que deveria encontrar uma boa namorada como o seu "novo irmão", entrar no time de futebol americano para ganhar massa muscular e se parecer mais com a Abelha-rainha — era como gostava de se referir ao Jung em pensamento. Comeu a pizza na mesma velocidade que um foguete decola até o espaço, e quase fugiu da mesa na primeira oportunidade que teve, mal-humorado.

Assim que retornou ao quarto e experimentou um pouco da paz em meio ao silêncio, Wooyoung não demorou para voltar e começar a organizar "os seus itens críticos" nas prateleiras que pertenciam à San. Ele era bem espaçoso e egoísta — na visão do mais velho, que não tardou em iniciar uma discussão. No fim, o atleta desistiu de fazer aquilo naquela noite dando a desculpa de estar cansado — mas Choi sabia que era porque o quarterback não era bom em argumentar como ele — e seguiu para tomar o seu banho de duas horas. O vapor saía por debaixo da porta, o de fios vermelhos se perguntava como alguém poderia gostar de tomar um banho onde a água praticamente estava fervente.

A cantoria desafinada de Wooyoung cessou e ele saiu do banheiro com apenas uma toalha amarrada em sua cintura, e outra cobrindo os seus ombros fortes. Respirou fundo ao mesmo tempo que se expunha desfilando pelo quarto até o colchão no chão que teria de dormir até que sua cama e o resto da mudança chegasse, nos próximos dias. Agarrou o seu celular que estava sobre o travesseiro, abrindo a câmera e tirando uma foto de seu abdômen sarado antes de sorrir com o resultado, quase que se vangloriando.

— Eu sou lindo — comentou consigo mesmo, digitando uma mensagem para acompanhar a foto recém-fotografada. — Suji vai amar ver o quanto o namorado dela é gostoso. Quem sabe eu não envie para outras garotas também.

CAMISA 18 | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora