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Capítulo 42: É como viver a todo vapor a um passo de explodir

Hongjoong checou a lista dos seminários previstos para aquele semestre e prometeu a si mesmo que não iria sobreviver. Ele encarou a janela de sua sala no sétimo andar, e a tensão entre ambos foi marcante. Havia apenas ele realizando anotações e estudando para a avaliação do próximo dia, tão focado quanto um alcoólatra em frente à uma garrafa de whisky importado, só que sem poder tocar na garrafa. Seu pensamento era a bebida, o gosto dela, as sensações que eram causadas pelo alto teor alcoólico. Não poder fazer algo que se deseja é enlouquecedor.

Não era capaz de negar que estava encabulado. Isto é, enquanto desenhava sua caligrafia horrível na folha de caderno sem processar devidamente as informações que seguiam sem ser captadas por seu cérebro fatigado, repassava a noite de seu aniversário pela milésima vez feito o maldito psicótico que era. Hongjoong ficava obcecado por qualquer coisa que fugia de seu entendimento ou mudasse minimamente os quadrantes de seu bem-estar, porque ele era viciado em resoluções ou discussões fervorosas. Se fosse posto no meio de algo suspeito, era seu dever desmascarar seja lá o que estivesse por trás de toda a balbúrdia.

Mas, sobre aquele caso, era impossível. Quer dizer, ele estava resignado porque San realmente não foi a sua festa, não enviou uma mensagem de feliz aniversário e não informou um motivo para isso. Yeosang havia convencido Hongjoong de que o problema era Hwang Hyunjin, e agora Hongjoong se sentia lesado por acreditar tanto em um rostinho bonito e atos de falsa boa conduta. Não havia arrependimento por ter sido enganado, contudo não era como se pudesse sentir orgulho de não ter enxergado desde o princípio o que todos gritaram para alertar. Não era culpa sua ser cabeça dura.

Outro ponto, foi a conclusão da festividade. Yunho o aconselhou a fazer o que ele de melhor fazia: ser um completo maluco. E Hongjoong planejou ser, ele queria ser o pior, talvez rasgar a passagem ou gritar ou ficar descabelado e chutar o balde, no entanto, desistiu assim que se deparou com Mingi sentado na mesa de doce, sem comer nenhum, na companhia de Wooyoung. Mingi estava mais enfraquecido, geralmente ele era do tipo energético que coloca a festa para cima. Hongjoong ficou tão desencorajado, que ele abandonou a sua ideia inicial e somente fingiu que nada aconteceu, não recebeu nenhum presente polêmico, não chorou ou brigou e se resolveu com um amigo próximo. Nada. Não aconteceu nada de repente. Ele se obrigou a aproveitar a festa que seus amigos montaram para ele com toda a dedicação e carinho.

Mingi o encarou ressentido, mas ele entendeu o recado e não voltou a se aproximar. Antes de Hongjoong ir embora, se auto encorajou a se despedir de Mingi, agir como a criatura passional que ele não era, e agradecer pelo presente, apesar de não ter digerido corretamente as intenções daquele rapaz. Entretanto, Mingi fingiu que não viu Hongjoong, ele só disse que estava cansado e iria deitar.

Após esse dia, ambos nunca mais trocaram uma única palavra.

Hongjoong não iria mentir e dizer que esse simples gesto não o deixou magoado. Se lembrou de quando Mingi voltou de viagem e não falou com ele, e tudo porque Yunho e ele estavam com a consciência pesada. Se não fosse o caso, então a questão era que Mingi finalmente estava desistindo de Hongjoong, e ele precisava ficar feliz por ter chegado ao fim de mais um relacionamento, sendo ele oficial ou não, já que sua única preocupação iria retornar a ser si mesmo.

— Eu odeio Literatura Coreana Clássica, eu odeio! — estapeou o livro a fim de descontar sua frustração. — Só de pensar que ainda preciso estudar Diálogos Interdisciplinares nível três... — suspirou pesadamente, deitando a cabeça entre as folhas de seu caderno, respirando o cheiro de petricor. — Por que eu não escolhi um curso com a duração de... dois dias. É tudo o que eu posso suportar. Eu tenho certeza que não existe uma graduação instantânea.

CAMISA 18 | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora