Capítulo 26: Não há chance de rolar desistência, garanto.
O novo apartamento definitivamente era muito superior ao anterior. Ele tinha mais de um quarto, além de uma suíte, a cozinha e a sala eram bem espaçados e os móveis planejados davam um ar sofisticado enquanto iluminado pelas luzes amareladas do teto. As cores das paredes eram neutras, e segundo o previsto no contrato, alterações eram possíveis desde que não fosse danificar a estrutura.
Hongjoong já havia visitado antes. Na verdade, ele suspeitava que estivesse sendo vítima de um golpe e assim que pagasse a primeira prestação do aluguel, o verdadeiro dono iria chegar com a polícia e denunciá-lo como um invasor, pois, de fato, não era comum que apartamentos tão deslumbrantes e na área em que se localizava custasse tão baixo. Precisou reler o contrato de locação do imóvel ao menos vinte vezes e se certificar de que não estava sendo enganado. Entrou em contato com a proprietária que lhe levou até a primeira visita; quando Mingi encontrou aquela moradia, ele obviamente não a escolheu sem seguir alguns critérios. Ninguém poderia entender mais sobre Kim Hongjoong do que ele, e o próprio Hongjoong, no fim das contas.
Logo o coração do menor doía por estar contendo tamanho ressentimento e raiva — coincidindo com a gratidão e o encantamento. Era um profundo e intenso conflito. Quem o via após algumas horas fazendo a mudança, correndo de um lado para o outro para deixar aquele novo ambiente muito parecido com algo que identificasse como lar, imaginaria que fosse por causa disso, e não por conta de toda a fadiga ocasionada por seus sentimentos e pensamentos atribulados.
Song Mingi havia desaparecido por alguns dias sem dar qualquer satisfação. Evitava-o em tempo integral, era cauteloso com cada passo. Se Hongjoong respirasse o mesmo ar que ele, rapidamente entrava em pânico e se apressava para correr para o mais longe o possível — se ele continuasse nesse ritmo, chegaria à Vladivostok em um piscar de olhos.
Qualquer pessoa no lugar de Hongjoong teria o encurralado para questioná-lo, o que, na verdade, aconteceu. Afinal, que tipo de pessoa poderia fingir uma paixão monstruosamente gigantesca e incontrolável, e agir no próximo dia com tanto hesitar como se houvesse cometido um dos piores crimes hediondos penalizados pela normativa do país? O mais velho se indagou inúmeras vezes se havia feito algo de errado, se foi muito rígido ou acabou fazendo alguma bobagem. Em um arremate, seu orgulho falou mais alto. Deixou de enviar algumas mensagens porque aquilo já era... demais, estava o despedaçando e ele se sentia como pior idiota de todos os tempos.
Honestamente, dentro de si existia uma emoção semelhante à traição. Mas, mais do que isso, vestiu uma máscara de estúpido que talvez não o pertencia. Achava estar correndo atrás de um trem que já tinha partido sem ele. No entanto, Mingi não era um trem; e se tratando de pessoas, os problemas eram sempre mais complexos.
Sempre seria possível pegar/encontrar novos trens que seguem para o mesmo destino.
Achava ter depositado muita confiança em um ramo incerto, e agora estava ferrado! Em um relacionamento existe um investimento ambíguo e qualquer um perderia a cabeça ao não obter um retorno. Chegou à um estágio de culpa onde se achava burro o suficiente para cair na lábia de um rapaz acostumado a conquistar, entrar e sair de relações intensas e voláteis.
Não acreditava estar preparado mentalmente para amar de maneira unilateral.
Não deixava de ser compreensível sua aversão à dor. Temia como o inferno ser machucado como outrora aconteceu embora não fosse recomendável viver constantemente em alerta para evitar situações deveras desfavoráveis.
Seria mais fácil se existisse um método eficaz para não cair no que considerava uma potencial armadilha.
Mingi andava de um lado para o outro. Ajudando Yeosang com a decoração, pegando caixas junto de San, realocando alguns objetos seguindo as ordens de Hongjoong. Não falava muito, sua expressão não fugia do cabisbaixo, banhado por cinza.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CAMISA 18 | WOOSAN
FanfictionSan se vê obrigado a conviver com Wooyoung, o filho da namorada de sua mãe e jogador de futebol americano, que carrega o número 18 nas costas com um orgulho exagerado. Inicialmente, San o considera um estereótipo de jogador sem cérebro. No entanto...