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Capítulo 35: Nem o fantasma da Ópera conseguiu ser tão surpreendente, de fato.

A ansiedade transbordava. Yeosang não se lembrava de alguma vez ter se sentido tão nervoso. Ele temia muito os resultados dos próprios atos; era como se tudo pudesse se complicar ou se resolver a partir de seu próximo passo. Se errasse, iria pagar por seu erro. E se acertasse, ganharia um descanso por um período indeterminado, o peso sobre seus ombros iriam desaparecer e teria suas noites de sono reguladas. Se não calçasse os seus sapatos, certamente despencaria no chão, desmaiando de exaustão. Em outros dias, desejaria dormir mais do que respirar. Mas naquele, especificamente, suas emoções eram tantas e tantas, que por fora ele apenas transpirava a imagem de uma pedra de titânio inexpressiva.

Yeosang não queria demonstrar seu nervosismo. Ele era muito eficiente em controlar o próprio corpo em diversos sentidos; se tratando de expressão facial e comportamental, era como um expert.

Trilhou seu trajeto para dentro do restaurante de gala com o estômago revirando, o sangue circulando gelado, contudo, exprimindo somente um cumprimento à uma ou outra pessoa que o reconhecia. Tratava de ser cordial e educado, embora não fosse bom em conter a sua timidez o tempo inteiro. Se estivesse em frente a uma câmera ou indivíduos que, de alguma forma, já conhecia, teria a liberdade para agir com mais leveza e sem aquela necessidade esmagadora de desaparecer o esmurrando. Se Yeosang fosse o Kang Yeosang de anos atrás, definitivamente estaria se encolhendo e implorando para que não houvesse necessidade de se comunicar com estranhos.

Park Seonghwa foi fundamental naquela parte em especial. Ele o ensinou, de uma maneira muito eficiente, a se expressar ao mesmo tempo em que se mantém reservado ao mesmo tempo que usa uma máscara para se portar conforme o padrão pede, para se alcançar lugares de proveniência definitiva. Nunca disse isso para Seonghwa, mas ele também o inspirava em diversos sentidos. Queria ser tão bom em atuar como ele fazia, e eficiente em sair do papel quando o personagem já não era mais necessário.

San foi uma das pessoas que mais o incentivou a começar uma carreira na internet. Yeosang falava que não levava jeito, ele não tinha confiança alguma e praticamente não aceitava ser quem era — se pudesse se trancar em um quarto escuro pelo resto da vida, faria isso, embora com o passar dos anos tenha percebido que esse tipo de atitude não era, de longe, a cara dele.

Com a parte de criar pequenos roteiros e ideias, San tomou como sua responsabilidade revelar à Yeosang quem de fato Kang Yeosang era. Ele era um rapaz deslumbrante, com uma beleza que pouco era vista e uma classe invejável. Tinha o talento nato de atrair e inspirar pessoas, independente do quão confiante ele não era. Yeosang terminava seus vídeos cobrindo o rosto e sacudindo a cabeça, pedindo pelo amor de Deus para San não apertar o botão de envio. Yunho ficava com a quota voltada às críticas construtivas; ele nunca realmente disse ao Kang uma única crítica, o cobria de elogios e de doces palavras — ele era gentil demais para se parecer ríspido até mesmo quando precisava ser cético. Apesar disso, Yunho nunca pensou que Yeosang precisasse mudar sua maneira de fazer as coisas. Ele, de alguma forma, tornava tudo excelente.

Hongjoong era... como um pai orgulhoso e carrancudo. Ele tinha muita vergonha de expor os seus sentimentos e sempre terminava dizendo: "Bom trabalho!" agitado e sorridente, como se as pilhas de seu cérebro estivessem mergulhando em seu sangue borbulhando. Empurrar palavras de afeto por meio de seus lábios era um trabalho árduo do qual ele tratava de se esforçar para cumprir por seus amigos. O ajudava no que era possível, e com as câmeras desligadas, permitia com que seu rosto fosse maquiado por uma palheta de cores de procedência desconhecida e por mãos que começavam a se acostumar com os pincéis.

A parte de começar, realmente começar, era a que pertencia a Yeosang. Ele tomou a iniciativa e deu o seu melhor, embora mergulhasse em dúvidas, medos e incertezas mais tarde. Acreditava no seu próprio potencial de dar passos à frente, por mais tortos e desengonçados que fossem.

CAMISA 18 | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora