CAMISA 18 | WOOSAN

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Capítulo 36: "Relaxa! Eu vou resolver, me dê um minuto".

Choi San estava, novamente, com pena de Soobin. Antes da apresentação, ele sofreu uma pressão absurda por parte de Hongjoong que, de longe, era o mais nervoso entre eles. Não era atoa que ficou impaciente de uma hora para outra, já que só poderia se livrar daquelas roupas quentes caso fosse para casa, o que aconteceria assim que dessem fim àquele projeto.

No geral, tudo correu muito bem. San estava contente que o remédio que Wooyoung lhe deu — recomendando "por experiência própria" — acalmou seu estômago agitado e cessou o badalar de sinos dentro de seu crânio. Ele tinha sorte que, mesmo que não soubesse tanto assim de um assunto, aprendeu a fingir com exatidão que sabia. Soobin se perdeu em algumas linhas, mas ele estava se esforçando e soltava risinhos nervosos quando cometia um erro ou outro, aquecendo o coração mais gelado dentre os docentes. As garotas, Hyeon e Eonjin, partiram de abordagens adversas, uma vez que a primeira era mais despojada e a segunda, articulada e categórica. Hongjoong, no entanto, foi quem quase colocou tudo a perder.

Ele se sentiu muito mal ao ser avaliado com uma nota 8. Sua exigência e perfeccionismo apenas fomentavam seu desejo de ser o melhor, de estar no topo da lista no final do semestre. Ficou tão decepcionado consigo mesmo, que não falou pelo restante da aula, e fugiu para um banheiro assim que foi possível. San o seguiu para entender, finalmente, o que estava acontecendo. Encontrou o mais velho apoiado no batente, lavando o rosto, sem o cachecol que atraiu olhares contrariados em sua direção e perguntas referentes à sua saúde, com o casaco aberto e o rosto vermelho.

— Se você não tirar essas blusas, vai acabar torrando, hyung — San parou atrás dele, fitando o seu reflexo deplorável pelo espelho. — Resolveu que iria encerrar a apresentação com um desmaio?

— Um 8, Choi San! — exclamou, amargurado. Não mantinha contato visual, tudo o que conseguia encarar era o chão onde sua alma parecia estar disposta. — Eu esperava mais de mim mesmo. Eu cobrei tanto Soobin, e no fim quem quase fodeu com tudo fui eu. Sou um idiota.

— Porque não se acalma e me diz o que você tem? — San tocou seus ombros quentes demais, esboçando uma careta. — Hongjoong, tira essa blusa, você vai morrer. Eu não quero ficar viúvo do meu amigo.

Hongjoong desistiu de explicar que aquilo era hipoteticamente impossível, virando-se em sua direção com um semblante desolado.

— ... não dá — soltou baixinho, envergonhado. — Eu meio que...

— Ah, e daí? — San atreveu-se a tirar aquele casaco de seus braços, e o cachecol descansando em seus ombros. — Acontece. Todos nós caímos da escada de vez em quando e— Hongjoong! Você e o Mingi brigaram? Quer que eu chame a polícia?

San ficou atônito por alguns instantes, sem conseguir desgrudar sua atenção dos hematomas esquisitos, marcas de chupões e arranhões pelos centímetros da pele alva de Hongjoong. Engoliu em seco cerca de duas vezes, e pensou seriamente em lhe dar razão por estar tentando esconder aquela obra de arte, digna do Jackson Pollock, com roupas de frio, mas desistiu da ideia, pois era visível que o mais velho não suportaria nem mais um instante de suor excessivo. Era meio nojento.

— Não me pergunte sobre isso — pediu, encarecidamente. — Eu estraguei tudo — pressionou as palmas das mãos contra o rosto, lamentando. — Sou um péssimo líder. Eu merecia a forca!

— Hongjoong-hyung! — quem entrou pela porta do banheiro foi Soobin, com um sorriso de orelha a orelha. Ele sequer se parecia com alguém que havia levado alguns esporros há horas atrás. — Quero te agradecer por ter me incluído nesse projeto. Minha nota nunca foi tão alta. Você é incrível! Eu sei que não vai mais me querer em seus projetos daqui pra frente porque talvez eu seja... meio preguiçoso, mas a experiência já valeu por umas quinze. O senhor Oh até nos elogiou, você ouviu?