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Capítulo 49: Só há luta quando tem algo a perder com a derrota... ou quando se está viciado com a guerra.

A abertura do boletim de ocorrência no departamento de polícia levou cerca de duas horas. De todo modo, San jamais havia vivenciado uma experiência similar à qual se enquadra tamanho estresse. Ele chegou a quase desistir assim que acordou de seu sono mal dormido, pensando que sinceramente aquilo não o levaria a nada e seria perca de tempo. Estaria se expondo a um evento de grau peculiar, que o cobrava uma quantidade de energia e condicionamento psicológicos alarmantes.

As salas para a coleta do boletim eram frias, mas de forma alguma desconfortáveis. Ele estava com um olhar de repreensão, mas o policial encarregado de registrar o seu caso era imparcial e tratou a situação com considerável circunspecção. O policial indicou que San procurasse um advogado enquanto o inquérito era estabelecido para a apuração dos casos. O acusado iria ser notificado e convocado para dar sua versão dos fatos. Naquela hora, alegou que era desejável e importante que San fosse submetido a um exame de corpo de delito, para provar que a agressão aconteceu.

Eram perguntas seguidas, San estava nervoso e tremia, sentia os seus dedos gelados, o seu estômago doendo e a sua garganta, ponto focal da lesão, também era um incômodo.

O policial explicou para San que o registro inicialmente iria ser por lesão corporal até que se fosse atestado a tentativa de homicídio simples por parte do acusado. San ficou assustado, ele não cogitou que aquela seria uma denúncia ligada a um homicídio e sim somente agressão ou ameaça. Ele na verdade não tinha muito conhecimento dessa parte do Direito. Ademais, foi pontuado que, levando em consideração a escolha de ataque do acusado — o pescoço, uma área vital e que comprova a intenção do homicídio — era provável que a indiciação fosse por tentativa de homicídio e não só lesão corporal agravada.

Eram tantas novas informações, que o deixavam assustado.

— O policial achou que era cabível expedir uma medida protetiva — San contou para Wooyoung, ambos sentados nos bancos da delegacia. — Ainda mais, porque o Hyunjin já tem passagem por agressão e ameaça e... alguns pequenos delitos, um monte de merda — abaixou a cabeça, penteando os cabelos para trás. — Eu mostrei as mensagens que recebi hoje cedo, antes de bloquear o Hyunjin em tudo, porque realmente... não quero contato nenhum com ele... Eu tenho medo dele.

Wooyoung o encarou com um tom de lamentação em suas íris. Ele sentia muito por San ter que viver uma experiência tão dolorosa, ainda envolvendo um parceiro romântico. Via que os rastros daquele acontecimento iriam demorar para desvanecer.

— O que você disse para o policial sobre a medida protetiva?

— No início, eu achei que fosse... um exagero — San confessou, com dificuldades. — Achei que não precisávamos ir tão longe — engoliu em seco. — Mas ele disse que, na maior parte dos casos, o "acusado" tenta se aproximar de novo do parceiro e, consequentemente, pode acontecer de ele tentar fazer... o que ele fez até conseguir... você sabe...

— Eu concordo — Wooyoung disse, sério. — Ele vai tentar se aproximar de novo, eu o conheço... Não existem chances de ele desistir, então é bom que você tenha uma forma direta de manter ele longe.

— Você acha... — ergueu a cabeça para olhá-lo com pesar. — Você acha que Hyunjin quer me matar?

Com um suspiro, Wooyoung sentiu o peito pesar.

— Eu não sei o que passa na cabeça do Hyunjin, San — falou, francamente. — Ele é imprevisível. O que sabemos, é que se ele teve coragem de fazer uma vez, pode tentar de novo e... não podemos pagar pra ver.

CAMISA 18 | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora