Capítulo 3: Aquele momento que o joelho desce demais, e chega lá.
Nada poderia ser mais estressante do que ter que esperar o treino do time de futebol americano acabar. Para San, fazia mais ou menos cinco décadas que havia sentado sua bunda naquela arquibancada para esperar por Jung Wooyoung, que estava junto dos outros rapazes do time em um treinamento intensivo para as próximas semanas as quais aconteceria os jogos de verão da universidade.
O que San entendia sobre isso se resumia a quase nada. Tudo o que ele sabia era que um monte de idiotas fanáticos por esportes se reuniam para acompanhar aquela temporada emocionante e eletrizante onde aqueles homens descerebrados corriam de um lado para o outro por causa de uma bola; se agrediam por causa de uma bola, se jogavam no chão e um no outro por causa de uma bola.
Se perguntava como Wooyoung aguentava carregar aquele capacete pesado na cabeça por tanto tempo, correndo de um lado para o outro. Ele não se cansava? Não sentia sede ou fome? Era como uma máquina, imparável.
Haviam outras pessoas assistindo ao treino também, o público em geral se resumia a garotas. Algumas delas estavam ali para assistirem o namorado correr atrás de uma bola e suar por correr atrás de uma bola. Outras eram solteiras que achavam esportistas sexys, e estavam a fim de ter uma noite com um deles. E havia Bae Suji, a aplicada estudante de Direito que se desdobrava entre torcer para Wooyoung que jogava contra o seu time só que dividido em dois, e ler os livros grossos de Direito Penal, decorando leis e aprendendo como a justiça daquele país funcionava.
Ela possuía muitos papéis em seu colo, anotações, livros e ainda precisava falar ao telefone com alguns dos membros das equipes que chefiava. San sentia raiva de Wooyoung por fazer a namorada se prestar àquilo, pois ele devia ter noção do quanto ela era ocupada — ocupada demais ao ponto de não ter tempo de ficar assistindo homens burros rolando na grama com capacetes e joelheiras. Ele definitivamente não respeitava sua namorada, o espaço que ela precisava ter — Choi até mesmo imaginava o tipo de chantagem emocional que o quarterback fazia para fazê-la comparecer em quase todos os seus treinos e jogos oficiais ou amistosos.
A verdade era que San apenas estava tendo tempo para analisar tudo, e criar anotações mentais sobre o quanto Jung era um péssimo namorado, porque foi obrigado por sua mãe a esperá-lo para que pudessem voltar para casa juntos. A mais velha ficaria presa no escritório naquela tarde, e o carro da senhora Jung estava no mecânico por causa de um probleminha que surgiu no escapamento.
Ou seja, estavam à própria sorte se quisesse voltar para casa. Wooyoung não sabia o trajeto de volta, uma vez que havia acabado de se mudar, e levá-lo embora de metrô ficou a cargo de San que fazia de tudo por cinco caixas de Pepero — ela o prometeu, e ele não era burro em recusar o irrecusável.
Havia praticamente implorado para Hongjoong, Yunho e Yeosang o acompanharem naquela jornada entediante e infinita envolvendo o time de futebol da universidade. No entanto, Yunho precisava ir embora porque teria que levar Norris e Crookshanks — seus amados gatos de estimação que mais se pareciam membros da família — até uma sessão de fotos para criar mais um dos incontáveis books que já possuía, já que tinha uma amiga que estava cursando Fotografia e necessitava de modelos e Yunho, de boas fotos de seus filhos peludos para fins de recordação. Ele passou horas e horas divagando sobre isso, se gabando do quanto Norris e Crookshanks ficariam lindos com chapéu de bruxinho e vestindo capa.
Já Hongjoong morava sozinho e não tinha esse problema, mas, além de ter um emprego, ainda não havia começado a escrever o artigo que era para entregar em dois dias — ele nem mesmo sabia por onde iria começar — e usou isso como pretexto enquanto negava o convite de San educadamente. O único soldado que havia restado era Yeosang, porém tê-lo como companhia as vezes era como não ter ninguém.
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CAMISA 18 | WOOSAN
FanfictionSan se vê obrigado a conviver com Wooyoung, o filho da namorada de sua mãe e jogador de futebol americano, que carrega o número 18 nas costas com um orgulho exagerado. Inicialmente, San o considera um estereótipo de jogador sem cérebro. No entanto...