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Capítulo 34: Agente disfarçado, ou agente do caos?

Assim que Choi San e Jung Wooyoung passaram pela porta de casa juntos, Jina saltou sobre Wooyoung e o embalou em um abraço apertado, transpirando alívio. Quando ele se viu nos braços dela, sentindo o cheiro acalentador de sua mãe, praticamente pediu colo e toda a emoção a qual estava embaralhada em seu peito se esvaiu de uma só vez por seus olhos, subitamente. Ele começou a chorar muito, apertando sua mãe enquanto lhe pedia sinceras desculpas.

San achou que aquele momento fosse deles, então se afastou, indo de encontro à Yuna que o olhou com um teor um pouco culpado, como se houvesse feito algo que não devia e estivesse remoendo. Contudo, àquela altura, nada parecia tão ruim. Wooyoung estava chorando muito, Jina se encontrava extremamente abalada e, mesmo tentando acalmá-lo, parecia compartilhar da mesma bolha de melancolia e agonia. Apesar de aliviados por estarem juntos novamente, o quarterback sentia que poderia voltar a ser um pivete que corre para os braços da mãe e chora, pedindo por ajuda por qualquer razão que fosse. Pensar em conquistar a própria independência, naquele sentido, o assustava. Teria que contar apenas consigo mesmo brevemente, e ele não desejava isso porque não sabia se dava conta — e porque era muito cômodo ter Jina para passar as mãos por seus cabelos e murmurar bons conselhos, não o deixando sozinho nem cometendo o pior erro.

Crescer era apavorante.

— Eu já sei de tudo — Jina contou logo em uma erupção, avaliando que o pranto de seu filho dava trégua gradativamente. — Sei sobre o seu pai, sobre o futebol e... sobre o San.

Wooyoung arregalou os olhos e se afastou abruptamente, escondendo o rosto e, depois de respirar bem fundo, penteou os fios azuis para trás usando de seus dedos em um gesto nervoso e meio desesperado.

— Você... — as palavras travaram em sua garganta e o ar lhe faltou de novo, recuperá-lo se fazia uma tarefa impossível. — Mãe, eu...

Ele não tinha ideia de por onde começar; sua mente se tornava um monte de rabiscos, as ideias se confundiam umas com as outras, era difícil ordenar cada uma delas e ainda ter de se manter de pé. As pernas bambearam e o coração acelerou em um compasso de pré-infarto, ficou pálido e sentiu vontade de chorar mais uma vez, os mirantes queimando, marejando.

Sua cabeça estava baixa, mas ele tomou coragem para erguê-la algum tempo depois, encontrando uma expressão compreensiva, apesar de preocupada e receosa. Honestamente, Jina não gostava da ideia e Wooyoung, por conhecê-la, sabia disso. Desconfiou desde o início. E não porque San era um garoto, e sim por envolver muito mais questões do que aparentava, e vista de maneira superficial, envolvia.

— Não precisamos falar sobre isso agora. Você está esgotado e tem que descansar — ela acariciou sua bochecha ternamente, revelando um sorriso fechado, suave. — Eu fico feliz que voltou pra casa.

No caminho de volta para Seul, Wooyoung concluiu que não gostaria de permitir que os problemas se alastrassem como incêndio em floresta. Ele já havia fugido demais de algo que soava inevitável. Quanto mais rápido enfrentasse, mais rápido o drama acabaria.

Seus ombros tencionaram, o estômago revirou e suas mãos suaram.

— Eu quero falar sobre isso — confessou de supetão, surpreendendo aos presentes na sala. — Na verdade, eu queria falar sobre isso com você há muito tempo, mas as coisas só vêm se complicando para o meu lado e eu acabei não conseguindo te dizer nada — por mais cansado que estivesse, não conseguia se sentar e ficar parado, a inquietude o impedia de maneira eficiente. Moveu as mãos nervosamente, abrindo e fechando os olhos, comprimindo os lábios. — Meu pai já sabia de tudo também, ele só fingia que não, e tentou me vigiar e... tudo mais que você já deve saber. Foi ele quem te disse?

CAMISA 18 | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora