Capítulo 41: "Três armas significa nunca ter que pedir desculpas"
Choi San suspirou pela milésima vez, indicando o vestuário a sua esquerda. Estava de pernas cruzadas e visivelmente entediado, mais ou menos cansado por estar perambulando por um shopping de cinco andares em busca de um conjunto de roupas que agradasse Hyunjin.
— Você tem certeza? — Hyunjin perguntou em extrema dúvida, checando o seu reflexo no espelho do provador imenso da loja de departamento. — Não acha que essa estampa... me deixa esquisito?
— Não — San disse. — Eu disse que essa camisa combina com você desde que bati os meus olhos nela, mas você preferiu vestir outras quinze peças para no fim ficar com a primeira.
Hyunjin o encarou com certa discrepância como se ele estivesse de alguma forma tendo dificuldade para ler a expressão de San, e ele precisava, se ele não conseguisse, não poderia entregar à ele uma resposta pautada no que San esperava, já que no fim era só dessa maneira fundamentalista que ele entendia as pessoas.
— Desculpe, San... É que, hoje nós vamos jantar com os meus pais e eu gostaria de ir bem vestido. A sua mãe vai estar lá e ela precisa ter uma boa impressão de mim — agarrou outro cabide na arara, comparando em frente ao corpo e observando o resultado no espelho. — Você conseguiu escolher tão rápido. Tenho inveja de como você é decidido.
San aprendeu que Hyunjin sempre estava trabalhando para ganhar a atenção dos outros. E não era difícil para ele porque ele era o tipo naturalmente carismático e de boa aparência. Os atendentes das lojas ficavam babando assim que ele entrava para checar uma peça ou outra, segurando a mão de San como se possuísse o dever de atestar que estavam juntos. Os outros gostavam de admirá-lo ou paparicá-lo, então ele eventualmente ganhava uma vantagem sobre todos. Isso deixa Hyunjin satisfeito, mas não por muito tempo, pois ele aparenta estar em busca de mais toda hora feito o maldito ambicioso que ele não demonstrava expressivamente ser.
Contudo, por incrível que possa soar, de longe Hwang Hyunjin não era desagradável. Ele era atencioso e romântico; em um único mês ele presenteou San três vezes e cuidou dele quando ele ficou doente por não estar se alimentando devidamente. O acompanhou ao hospital, cozinhou para ele e comprou os remédios que o médico receitou, ele o mimou e praticamente morou em sua casa em Seul por uma semana até que San estivesse bem disposto de novo. Fingimento ou não, ele demonstrou uma preocupação admirável.
Ele ajudava Yuna com as compras, a acompanhava no mercado e carregava quanto peso precisasse. Por outro lado, Hyunjin não conquistava a simpatia de Jina, por fatores que não eram relevantes para Hyunjin, que continuava tentando porque sua necessidade por aprovação era meio incontrolável.
— Esse colar é a sua cara — Hyunjin comentou assim que saíram da loja de roupas com sacolas nas mãos, indicando a vitrine de uma joalheira de fachada lustrosa e brilhante. — Parece que foi feito pra você, amor.
San procurou pelo colar com os olhos, gostando do que viu. Entretanto, ao invés de focar nele, encontrou um modelo que identificava o estilo de Hyunjin.
— Eu gostaria de comprar um desse pra você — disse por alto, apontando. — Gargantilhas fazem o seu estilo?
— Se o presente vier de você, eu usaria com certeza. Mas não posso te deixar gastar agora, a senhora Choi disse que precisa economizar para a viagem de fim de ano.
— Oh, sim... — San se recordou com um pouco de desgosto. — Nós vamos para a ilha que eu cresci, porque ela não quer que eu perca contato com as minhas raízes ou qualquer coisa.
— Isso é legal — Hyunjin sorriu, suave. — Eu posso comprar pra você? Digo... o colar?
Não adiantaria negar, no fim Hyunjin presenteou San mais uma vez e ele ficou tão orgulhoso de sua escolha, que os olhos reluziam em contraste com a jóia no pescoço de San, enquanto provavam de frente para o espelho redondo de superfície cor de ouro.
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CAMISA 18 | WOOSAN
FanfictionSan se vê obrigado a conviver com Wooyoung, o filho da namorada de sua mãe e jogador de futebol americano, que carrega o número 18 nas costas com um orgulho exagerado. Inicialmente, San o considera um estereótipo de jogador sem cérebro. No entanto...