CAMISA 18 | WOOSAN

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Capítulo 33: Já dizia Katarina: A violência resolve tudo.

Naquele dia, Yeosang se perguntou o quão disposto o mundo estava a fazê-lo obrigatoriamente se envolver com a polícia.

Apesar de assustado, Seonghwa estava logo atrás de si, segurando sua mão e resmungando que definitivamente deveriam ter aceitado que o senhor Kang os transportasse de casa até o apartamento de Hongjoong. Por sua vez, Yeosang revirava os olhos e o ignorava, esgueirando em um poste próximo à uma curva e uma árvore, erguendo a cabeça para checar mais adiante e esboçando uma careta após, com muito pesar, constatar que o perímetro não estava seguro.

— Estamos sendo seguidos! — Seonghwa resolveu tentar falar a situação em voz alta para que assim, se tivesse sorte, Yeosang se desse conta da gravidade dela. — Quem são aqueles dois garotos? E as meninas de mais cedo, sobre isso... Kang Yeosang, achei que elas fossem te devorar.

Se houvesse tempo, iria cruzar os braços e demonstrar o quão enciumado ficou.

— Me escuta, eles estão vindo pra cá — notificou, observando na moita. — Quando eles estiverem perto o suficiente, eu vou surpreendê-los e falar que sei que estão me seguindo. Vão ficar constrangidos e irão parar.

— E as garotas de mais cedo, não vamos falar sobre isso? Elas tiraram fotos de você de longe, isso não é crime? Isso depois de se aproximarem, te chamando de 'oppa', implorando por migalhas da sua atenção.

— Para essas pessoas, tudo está dentro do limite — Kang esclareceu, fatigado e conformado. — Estão vindo, se prepare.

Certamente Park Seonghwa não planejou que àquela altura de sua fantástica vida se encontraria em uma situação onde: fugia de uma perseguição para se enfiar em outra, e precisava engolir o seu ciúme e ver o seu namorado conversando com desconhecidas que claramente gostariam muito de arrancar uns beijos dele — e quem sabe as roupas também, caso houvesse a oportunidade. Era surpreendente... Nem em um milhão de anos se viu tendo de lidar com fãs — não precisava lidar diretamente com eles porque não eram os seus fãs ou admiradores ou maníacos que seja, então apenas a amostra grátis que estava tendo a distância, somente observando e contendo os sentimentos que borbulhavam em seu peito e os pensamentos compulsivos em sua intelecção, dispensava aquela espécie de tratamento sem nem precisar de uma análise mais apurada, acabava estressado.

A atenção nem era dele, e mesmo assim queria dispensá-la. Gostaria de andar com Kang Yeosang pela rua e se sentir em segurança, não ficar paranóico e esperar qual seria a próxima pessoa que pularia em frente aos seus olhos e lhe daria um maldito susto. Porém, ao mesmo tempo que isso era impossível, estavam em uma sinuca de bico onde, se se atrevessem a serem muito descuidados na rua, poderiam ser abordados por um dos sujeitos que acreditavam nas notícias falsas que giravam na internet. Se Yeosang fosse interceptado por alguém que fielmente acreditasse naquelas informações excessivamente equivocadas, nem mesmo ele sabia o que esperar.

— Por que estão me seguindo? — Yeosang saltou na frente dos rapazes, que à primeira vista pareciam perdidos.

Os seus supostos fãs ficaram visivelmente nervosos. Explicaram que estavam tentando se aproximar desde que o viram saindo de um restaurante, embalando em todas aquelas justificativas de praxe. Firmemente, Yeosang disse que não queria ser seguido e — doce feito um limão — pediu para ser deixado em paz.

— Eu estou de saco cheio — reclamou, já próximo ao condomínio de Hongjoong. — Essa perseguição está passando dos limites. Eu não me importo de encontrar pessoas que admiram o meu trabalho e interagir com elas, mas... é assustador quando fazem esse tipo de coisa. Será que eu montei um fã-clube de psicopatas? Eu sei que tenho que abrir mão da minha privacidade, pelo menos um pouco, só não contava que fosse ser tanto assim. É um sacrifício que eu não estou disposto. Já é complicado o suficiente separar a minha vida pessoal da profissional, até em questão de tempo. E não, eu não quero uma solução ou uma resposta, apenas quero reclamar.