Capítulo 51: Explorando o lado caótico, e preferindo estar no inferno.
Não era a primeira vez que Jinyoung pisava em uma delegacia em sua vida. Ele mal se lembrava da primeira e última vez, apenas que foi parar na sala de um senhor zangado o interrogando e intimando por engano. Então, jamais ousou andar fora da linha, se beneficiando de sua inteligência para alcançar seus objetivos sem checar os custos.
Mas esse nunca foi o caso de Hyunjin.
Não que ele especialmente não pudesse usar de meios que não o levassem à péssimas consequências em prol de alguns caprichos. Era do tipo incontrolável, em busca de desafios para provar aos outros que troféus eram muito mais lustrosos e brilhantes em sua prateleira.
A sua falta de limite começou quando ele era muito jovem, e Jinyoung, de certa forma, tentava protegê-lo. Fielmente, tinha a imagem de um pequeno garoto todas as vezes que olhava para Hyunjin, independente do passar acelerado dos anos. Frequentemente escutava discussões entre seu irmão e os seus pais, às vezes chegava em um nível calamitoso desesperador.
Seu irmão mais novo estava com o rosto todo estourado. Fodido. Os cabelos negros estavam desgrenhados e grandes, cobrindo o rosto e caindo sobre os olhos obscuros. Hematomas de tantas tonalidades em meio à ocasionais feridas abertas. Havia um isqueiro em sua mão e um cigarro na outra, entre seus dedos, enquanto desleixadamente ocupava a cadeira a frente da mesa do delegado. Acendeu o cigarro e colocou entre os lábios, tragando profundamente.
— Garoto — o homem mais velho chamou. — Você não pode fumar aqui!
Hyunjin tragou de novo e soprou a fumaça com um riso soprado escapando.
— Eu queria terminar a garrafa de whisky que eu estava tomando um pouco antes de vocês me encontrarem — Hyunjin falou arrastado, fumando mais. Ele estava sujo, a aparência de alguém que não dormia há três dias. — Mas eu... usei pra quebrar o espelho do banheiro de uma lanchonete e depois larguei um cheque no balcão — sorriu, cortando a cinza da ponta do cigarro. — Se uma pessoa tivesse aparecido, eu teria acertado ela.
Jinyoung observou que Hyunjin estava meio alcoolizado. Ele estava deplorável, na verdade. O celular estava em seu colo e a tela estava rachada. Era como se estivesse esperando algum acontecimento, e ao mesmo tempo mal fosse capaz de manter uma consciência e mente ligados, trabalhando concomitantemente.
De repente, se viu um pouco perdido. No fim, sempre foi ele a tomar conta de Hyunjin. Ou tentar, porque a responsabilidade foi jogada em suas costas, então, neste meio tempo, não houve um intervalo adequado para o próprio crescimento e formação da maturidade.
Arrancou o cigarro dos dedos de Hyunjin e jogou no lixo, aborrecido.
— Você sumiu por três dias! — exclamou. — Você furtou a enfermaria do hospital e fugiu por três dias! Você devia estar internado e recebendo cuidados e não... bebendo e se drogando e fazendo um monte de estupidez.
Passou-se minutos. Hyunjin absolutamente não abriu a boca, apenas fechou os punhos sob o colo. O delegado estava inspecionando, formando o conjunto da tensão no ar.
— Não vai me dizer nada? Nem um pedido de desculpas? — Jinyoung exigiu. — Você tem noção do quanto me preocupei com você? Eu achei que você estava morto! Por que você precisava de tanta medicação? E por que você... só simplesmente não me ligou e pediu para eu te levar pra casa ao invés de sumir?
Hyunjin o encarou sem expressão. Ele se levantou abruptamente.
— O que você quer ouvir? — perguntou em timbre irônico, dando um meio sorriso.
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CAMISA 18 | WOOSAN
FanfictionSan se vê obrigado a conviver com Wooyoung, o filho da namorada de sua mãe e jogador de futebol americano, que carrega o número 18 nas costas com um orgulho exagerado. Inicialmente, San o considera um estereótipo de jogador sem cérebro. No entanto...