🏈44

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Capítulo 44: O pôr-do-sol do parque Yeouido não se compara ao eclipse da sua chegada.

Yeosang bufou um pouco mais impaciente que o normal. Cruzou os braços e desfez o gesto no mesmo instante, afundando o seu dedo na companhia incontáveis vezes sem se importar se estaria incomodando a vizinhança inteira.

Quando a porta foi aberta, ele empurrou duas sacolas no peito de Yunho e passou por debaixo do braço dele, adentrando a casa sem ser convidado, abusando da cota de conveniência que geralmente bons amigos estabelecem entre si.

— Meu pai me obrigou a trazer comida pra você, porque eu contei que seus avós estão viajando — justificou, averiguando o ambiente em busca de alguma anormalidade sem realmente se esforçar para encontrar uma. — Por que você não contrata um mordomo já que odeia atender a própria porta?

Escutou o som de Yunho rir enquanto deixava o que Yeosang trouxe na cozinha, voltando à sala rapidamente.

Os olhos grandes e redondos de Yeosang retornaram para a figura desajeitada de Yunho; os cabelos desgrenhados, a blusa amassada, a samba-canção mal acinturada e os arranhões e rastros avermelhados que se era possível enxergar entre as fresta de sua camisa branca de personagem de animação adulta como "Final Space" ou outros parecidos, produzidos pela Netflix. Yeosang chutava que era o Gary, mas não podia se permitir perder-se naquele detalhe quando algo grandioso estava sendo construído bem na sua frente.

— Certo... — arqueou uma sobrancelha, propositalmente para deixar Yunho nervoso. — Quem está aqui?

— Do que você—

Yeosang se aproximou grosseiramente de Yunho, socando sua barriga.

— Eu sou o quê? Cego? Jeong Yunho, não subestime minha inteligência e... capacidade de precisar de pouco para entender tudo — indicou a marca de um chupão na clavícula do seu amigo, fisgando provas de um crime como um perito faria em uma cena investigativa. — Os velhinhos nem saíram e você já deu um jeito de arrastar alguém para dentro de casa.

Yunho abaixou a cabeça e coçou a nuca, tendo a ponta das orelhas vermelhas, indicando que Yeosang foi certeiro em seu palpite. Ele iria encontrar uma forma de se defender ou fingir que Yeosang estava inventando evidências contra ele, quando a madeira da porta de seu quarto rangeu em suspense e um frio subiu por sua barriga.

Os dois se concentraram nos passos ecoando no piso, o som de um bocejar acompanhado do resmungar inaudível.

— Yunho, eu exclui a senha do wi-fi da sua casa sem querer. Coloca pra mim?

Yeosang expressou o seu choque, notoriamente, com um grito reverberando dentro dele. Virou-se para Yunho enquanto apontava em direção à Wooyoung apenas de camiseta e boxer, boquiaberto, tendo complicações para absorver as informações tão rápido quanto elas chegavam.

Logo Wooyoung notou a presença de Yeosang, sabendo que ele juntou dois mais dois e chegou a um resultado. Estava com o celular na mão e procurou uma estante próxima para deixá-lo repousando lá. Quando fez isso, afoitamente, meio que descontando o seu nervosismo em suas ações sem calcular antes, um riso rouco emergiu de sua garganta e ele levou a mão até o rosto, se perguntando o que fazer.

— Oi, bom dia! — ele resolveu saudar e dar de ombros, sorrindo. — Por que você veio aqui tão cedo?

— Vocês... v-vocês transaram? — Yeosang perguntou sem rodeios, esboçando asco e horror ao mesmo tempo. — O quê? Desde quando...- Ugh!

Na verdade, Yeosang não sabia bem o que expressar com isso. Ele não tinha muito em sua cabeça naquela hora; tudo se transformou em um grito no escuro. Ele avaliava a situação e seus contornos em sua frente sem levar em consideração de fato.

CAMISA 18 | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora