Capítulo 29: Sangue fervendo como lava de vulcão.
— Hyunjin contribuiu com uma ONG de crianças carentes voltada a descobrir novos talentos para o futebol, e turbinou uma arrecadação com uma foto de sua mão machucada. Ele disse que foi por isso que não jogou no último jogo, mas ele nem estava usando tala ou uma faixa que seja — Mingi murmurou desanimado para Wooyoung e Seonghwa sentados no sofá de sua sala, jogando o celular de qualquer jeito na almofada ao seu lado e bufando. — A arrecadação chegou à um bilhão de wones.
— É inacreditável! — Jung ralhou, sacudindo a cabeça. — Como as pessoas acreditam tanto nele? Quer dizer... Muita gente viu ele sem a tala na mão alguns dias atrás, no jogo, ele não estava nem um pouco machucado. Hyunjin só não jogou porque não quis, ou seja lá o que levou ele a decidir que era melhor assim. Agora, se eu falar que foi ele quem quebrou a minha perna, ninguém vai acreditar em mim.
— Não é como se você fosse falar ou reportar à polícia, porque não adiantaria. Você poderia usar os seguidores para alguma coisa... Se bem que, ninguém iria acreditar, Hyunjin é visto como um legítimo enviado de Deus ou qualquer coisa parecida — Song rebateu, afundando sua cabeça no estofado macio e enchendo uma de suas mãos com balas de goma, levando-as até sua boca. — Não importa o quanto te adoram, acho que amam mais ele... Ainda não acredito que esse vacilão fez todo esse circo, e ainda te tirou do jogo contra os Saviors. Não duvido que ele tenha estado com o San depois de todos aquele fuzuê causado por uma publicação sem pé nem cabeça, porque os dois sumiram praticamente juntos. Por que Hyunjin não voltou para Busan ainda? O time dele foi embora logo depois do jogo contra os Tigers... Ele só ficou por causa do San, eu não tenho dúvidas.
Wooyoung também não, na verdade. Pensou em arriscar e fingir que iria visitar a sua mãe depois de uma semana morando com o senhor Jung, mas não achou que fosse ser uma boa ideia por hora. Os últimos acontecimentos ainda estavam frescos, e ele não sabia bem como agir. Nenhuma atitude que fosse tomar lhe soava plausível o suficiente, então terminava parado sem fazer nada. Os comentários pelos corredores e em âmbito social ainda estavam acontecendo, podia escutá-los e lê-los, acabar com um gosto amargo no paladar por não ter coragem de simplesmente mandar tudo aos ares e cometer uma loucura.
Naquele dia ele acompanhou Mingi a partir da universidade para ver como Seonghwa estava. Teve conhecimento de que alguns pontos da vida dele não estavam dando certo; o emprego que conseguiu de repente o dispensou sem motivos aparentes, Yeosang e ele não conversaram desde uma discussão fervorosa que tiveram e o senhor Park havia voltado para Seul. Os problemas apenas iam se acumulando sem que uma fórmula para fazê-los desaparecer magicamente surgisse.
Era esgotante. Seonghwa mal frequentava as aulas, e tinha certeza que seria dispensado em breve porque seus pais tinham contatos o suficiente para expulsá-lo de qualquer instituição se quisessem, ou apenas não iriam mais participar daquele investimento. As preocupações fervilhavam, a briga que teve com Kang Yeosang se encontrava aprazível em sua memória. As palavras reverberavam pelas paredes de sua mente sem encontrar uma saída; mesmo após desabafar com Wooyoung, Mingi e Jongho, e ser confortado por eles, ainda se sentia muito desnorteado, quebrado.
Já Song Mingi não se comportava como de praxe, longe disso. Andava pelos corredores com bastante pressa, jamais usava os elevadores e nunca ficava mais do que o necessário fora das quadras de futebol ou salas do curso de medicina veterinária. Ele não conseguia manter o seu bom humor embora tentasse fortemente, relutava em ceder ao seu baixo astral e, honestamente, a culpa o corroía todos os dias desde que se deixou levar, enquanto bêbado, à ficar com Jeong Yunho.
Não contou nada para ninguém porque entrou em um acordo silencioso com o camisa 1 dos Tigers não comentar sobre o assunto até que decidissem o que iria ser feito ou quais medidas tomariam — se pudessem apagar, provavelmente fariam isso. Apesar disso, sabiam que para eles aquela noite não significou nada, porque a atração entre eles era puramente carnal... Ainda eram apaixonados pela mesma pessoa, e agora lidavam com a problemática de magoá-la brevemente.
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CAMISA 18 | WOOSAN
FanfictionSan se vê obrigado a conviver com Wooyoung, o filho da namorada de sua mãe e jogador de futebol americano, que carrega o número 18 nas costas com um orgulho exagerado. Inicialmente, San o considera um estereótipo de jogador sem cérebro. No entanto...