CAMISA 18 | WOOSAN

🏈38

Capítulo 42: "Eu realmente achei que tinha acertado em apostar tudo em você."

San espantou-se. As ríspidas palavras de Wooyoung repercutiram por sua mente durante um período considerável de tempo. Não deu para que as digerisse, ou formasse uma resposta, uma reação digna que fosse, pois, de uma hora para outra o quarto em que ocupavam se tornou cheio. Em suas costas pesou o olhar das pessoas que apresentavam sinais de surpresa, avaliando o estado de Hyunjin ainda caído no chão.

— O que está acontecendo? — quem disse foi a irmã de Yeosang, Eunkyung, cobrindo a boca em espanto

Wooyoung se desvencilhou de San e estava pronto para ir embora. Sua disposição para lidar com perguntas e mais dissimulação era nula, se sentia esgotado. A única sensação presente dentro dele fora a raiva, era um aperto dilacerante em seu coração. Uma tensão pendendo dentre seus ossos. Ao mesmo tempo que sentia medo do que iria prescindir a partir de seus atos impulsivos, não se arrependia o suficiente para se dispor a receber uma punição ou se pronunciar sobre, em busca de uma justificativa para amenizar o que fez. Não se arrependia, faria mil vezes se fosse possível.

O olhar de San focou-se sobre ele com pesar. Nenhum dos dois sabia o que dizer de fato, o silêncio era desconfortável e tornava o clima ainda mais irrespirável. As narinas de Wooyoung ainda estavam infladas, na expressão de San ainda havia horror e, agora, algo semelhante ao remorso. Se ele se sentia culpado, era porque fez algo — ou não tinha realmente ideia se fez ou não. A situação era muito confusa, mas Jung já havia se decidido, ele não ficaria nem por mais um segundo na presença dele e de Hyunjin.

Iria passar por todos aqueles que preenchiam o quarto — exatamente todos que estavam no apartamento — quando a presença de Jinyoung se materializou próximo ao marco da porta. Ele sustentava pesar e, ao contrário do esperado, não encarou Hyunjin como se ele fosse uma vítima. Isso chamou a atenção de Wooyoung, que cambaleou para trás, os pés quase deslizando pelo carpete cor de camurça.

— Eu vou perguntar mais uma vez — Eunkyung se parecia impassível, pestanejando uma série de vezes. — O que diabos aconteceu aqui?

— Wooyoung me atacou! — Hyunjin apontou. — Olha o que ele fez com o meu rosto — revelou a lateral direita de sua estrutura facial onde existia um novo vermelhão acompanhado de um relevo, os dentes brancos cobertos pelo carmesim e os lábios machucados. Lágrimas secas marcavam suas bochechas, o que comovia massivamente.

Eunkyung se aproximou do Hwang mais novo para auxiliá-lo na tarefa de levantar-se do chão, preocupada enquanto checava os poucos ferimentos dispostos no rosto bonito do garoto. Os cabelos dele estavam desgrenhados, ele transpirava.

Wooyoung não teve reação ao olhar discriminatório que recebeu. Se preparou para que Jinyoung gritasse com ele por ter machucado o seu irmão mais novo, porém, surpreendentemente escutou um suspiro escapar de seus lábios corados. Ele revelou desprezo, no entanto, não era direcionado ao Jung, seu foco era unicamente Hyunjin que se apoiava em Eunkyung e se aproveitava da grande disposição dela em cuidar dele.

— Wooyoung, eu quero que você, por favor — era claro que Eunkyung iria tomar uma medida precipitada, afinal, para quem olhasse superficialmente, chegaria ao arremate de que o culpado era evidente e deveria sofrer retaliações. — Se retire da minha casa. Não sabia que Yeosang tinha um amigo tão selvagem. Olha o que você fez com o Hyun... Ele certamente não merece isso.

Yeosang estava no quarto, ele tratou de fuzilar sua irmã de imediato, incrédulo. Iria abrir a boca em defesa de Wooyoung quando outra pessoa faz isso em seu lugar.

— Não — Jinyoung ergueu uma das mãos, transbordando seriedade. — Hyunjin certamente fez alguma coisa — crispou os lábios em desgosto, os ombros tensos. — Wooyoung, por favor, eu quero que você fique — se virou para o garoto que se encontrava estático, os olhos assustados e os punhos ainda cerrado. Tomou proximidade dele, chocando a todos quando curvou a cabeça em um pedido de desculpas. — Não posso permitir que saia daqui por um mal entendido que provavelmente foi causado pelo meu irmão. Peço desculpas por—