Medo de que?

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Eu realmente não esperava ver tantas pessoas em frente à nossa loja, esperando que ela seja inaugurada. Isso com certeza deixou meu coração mais calmo e alegre, o que é um alívio, pois muito estresse de uma só vez pode fazer mal aos bebês.

Enfim! Faltando apenas alguns segundos para as três horas, eu e minhas amigas chegamos a roer os dentes por tanta ansiedade. É nossa primeira vez lidando com uma multidão de humanos de uma só vez.

Porém, sem tempo para nos prepararmos mais um pouquinho, nossos relógios marcam as três horas da tarde, e então minha mãe começa.

Íris: Boa tarde à todos que estão presentes aqui, eu não esperava tanta gente, mas fico muito feliz que nossa loja tenha atraído a atenção de vocês. Aqui vocês poderão desfrutar de vestidos de noiva, debutantes, formandos, entre muitos outros! Além de roupas cotidianas. Espero que gostem de todo o nosso trabalho, e que ele seja do agrado de vocês. Enfim, eu abro esta loja para vocês! Sejam muito bem vindos! - diz alto e em bom som, com o intuito de alcançar a audição de todos ali presentes.

Ela corta a fita dourada, que está na porta de entrada, e dá passagem para todas as moças, de diferentes idades, que preenchem toda esta loja em menos de cinco segundos.

Algumas observam os vestidos de seus interesses, outras chegam a nos pedir ajuda na escolha de vestidos de formatura, debutante ou vestidos de festa.

Confesso que tive um pouco de receio, pois é minha primeira vez fazendo isso. Eu não sou tão extrovertida como a Sarah e a Samantha, nem tenho uma mente tão brilhante quanto da Aurora, o que me deixou um pouco insegura.

Mas a cada vez que alguém pedia a minha ajuda, eu fui me soltando mais, conseguindo enfim, atender todos os seus pedidos.

No entanto, em um momento de distração de minhas clientes, meus olhos se encontram com os de minha mãe que me olha alegre, mas ao ver minha expressão fechada, logo desvia o olhar, parecendo envergonhada.

Eu não esquecerei tão fácil das palavras dela, foram ao mesmo tempo que duras, muito ofensivas. Eu tenho absoluta certeza de que aquele garoto não apresenta nenhuma ameaça para mim nem para os meus filhos.

Para distrair minha cabeça desses pensamentos negativos, me coloco a disposição de mais clientes, para ajudá-las em suas escolhas. No momento, é a única coisa que me deixa mais tranquila.

[...]

Um tempo já se passou, e nem um sinal do Drogo, o que me deixa preocupada, ele disse que se atrasaria um pouco, mas já são cinco e meia, ele já deveria estar aqui. Isso me entristece profundamente, ele é a única pessoa que saberia me consolar da melhor maneira possível.

_ Olha quem chegou - diz uma pessoa que conheço muito bem, que tampa os meus olhos antes que eu o veja.

Kiara: oi pai! - digo mais alegre, por vê-lo aqui.

Viktor: olá filha, como vai indo a loja?

Kiara: bem cheia - digo risonha, o contagiando - mas agora há menos pessoas...

Viktor: estou vendo..., mas me diga, sabe por que sua mãe parece melancólica? - diz a olhando, e realmente ela parece bem triste.

Kiara: discutimos antes de vir aqui, deve ser por isso - digo friamente.

Viktor: oh... entendi... eu vou lá falar com ela, fique tranquila filha, vocês logo se resolverão - diz ternamente, e eu dou um pequeno sorriso convincente.

Kiara: eu duvido muito! - sussurro apenas para mim, mas obviamente ele ouviu, e por breves minutos se virou e me olhou tristemente, no entanto logo voltou ao seu trajeto.

Na Calada da Noite - A Última Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora