Eu te odeio!

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Encaro o ser a minha frente um tanto quanto aborrecido (que maravilha!). Meu olhar sobre ela não é nada amigável. Possui cabelos castanhos, tamanho médio e olhos verdes. Seu corpo tem pequenas curvas, uma cintura fina, um quadril médio e seios avantajados.

Ela me olha como se eu fosse algo raro de se encontrar, seus olhos brilham ao me observar. Sua respiração se torna mais acelerada e é provável que esteja excitada.

Reviro os olhos ao presenciar isso, nem disfarçar ela sabe. A encaro friamente e a mesma parece se tocar do que acabara de fazer, permitindo que suas maçãs do rosto ganhem uma coloração avermelhada.

_ A... ah... eu... me contrataram como babá... e... eu poderia falar com o... - sem mais paciência a interrompo.

Drogo: você nunca para de falar? - pergunto seco a deixando mais corada.

_ Não... quer dizer... veja bem... eu... - sem que antes ela termine sua fala, dou as costas para ela.

Subo as escadas, porém minha consciência me impede de continuar, fazendo me lembrar do bilhete do Nicolae. Suspiro exageradamente alto e olho para trás, a vendo ainda me observando do lado de fora.

Drogo: está esperando o que? Um convite? - ela se assusta com a minha fala, mas se apressa a entrar.

Vejo que ela está com dificuldade em carregar suas duas malas, mais uma bolsa nas costas. Ela me lança um olhar como se me pedisse ajuda. Omito um longo suspiro, apenas torcendo os lábios, segurando a raiva.

Vou até ela e fecho a porta, pegando suas duas malas e subindo as escadas. Porém ela fica me encarando ainda no andar de baixo. Viro meu rosto com uma expressão nada boa.

Drogo: eu vou te mostrar o seu quarto - tento ser o mais amigável possível, mas é inevitável não perceber o meu incômodo.

Ela cora violentamente (ah não creio que ela pensou em coisas inapropriadas com isso).

Drogo: é o seu quarto, não o meu! - digo friamente, já cansado desse meu teatrinho.

Ela assente parecendo desconfortável com meu olhar assassino. Subimos as escadas e a levo ao quarto que de maneira nenhuma deveria pertencer a ela. Abro a porta e coloco as malas dela perto da cama. Quando me viro dou de cara com ela atrás de mim, que acaba se chocando contra o meu peito.

_ De... desculpa... Eu não queria...

Drogo: de boa, não foi nada demais - falo como se fosse óbvio.

_ Ah... claro...

Passo por ela e vou até a porta, mas sua voz me para.

_ Qual seu nome? - pergunta parecendo nervosa.

Drogo: Drogo - digo sem ânimo.

_ Ah claro... o meu é Nadine - diz amigavelmente.

Viro meu rosto e mostro um sorriso, típico de gente falsa, em seguida me retiro do quarto. Respiro profundamente várias vezes, tentando não entrar naquele quarto e joga-la da janela, e fingir que nunca pisou aqui.

Me dirijo ao meu quarto para descontar a minha raiva em algo, sem que seja nela. Porém três toques na porta tiram minha atenção.

(Ótima hora!)

Vou ao hall de entrada e abro a porta, vendo o entregador de pizza, com minhas três pizzas em mãos. É notável que ele está amedrontado, isso já é hábito das pessoas ao virem aqui.

Pego minhas pizzas e dou lhe o dinheiro, o mesmo ao recebe-lo, sai quase que derrapando de tão rápido.

Subo ao meu quarto e agora só me resta comer até não caber mais nada. Degusto cada pedacinho dessas pizzas maravilhosas. Por um momento me esqueço da estranha que habita nesta casa.

Na Calada da Noite - A Última Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora