Eu jamais a esquecerei...

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Neste momento estou indo para casa. Depois do que aconteceu não acho que conseguiria ficar lá sabendo que a Sarah está machucada.

Não é que eu sinta sentimentos por ela, mas ela faz parte da família agora, como a Aurora. Sarah acabou perdendo o apartamento, e Nicolae permitiu que ela vivesse conosco. Aurora também vive conosco, por isso sempre estão presentes no café da manhã.

Chegando em casa, estaciono o carro na garagem, e adentro a mansão. Vou em direção ao quarto do Peter, que provavelmente é onde ela está. Bato três vezes e Nicolae abre a porta em seguida. Sorrio minimamente para ele, que retribui o ato.

Adentro o quarto e vejo a Sarah deitada sobre a cama, provavelmente dormindo, sua expressão está calma e tranquila. Dorothy fez um enorme estrago, Sarah está coberta por arranhados profundos, alguns hematomas e com toda a certeza está com uma dor de cabeça terrível.

Peter a olha melancólico, de seus olhos a tristeza transborda. Me sinto sensível ao vê-lo assim, ele estava tão bem, seu passado foi deixado de lado, e o sorriso dele era o mais radiante. Vê-lo novamente melancólico dessa maneira me entristece profundamente.

Aurora está ao lado da Sarah, acariciando sua mão. Nestes últimos cinco meses elas, juntamente com a Samantha, se tornaram grandes amigas, é normal que ela esteja tão sensível, sua expressão emana tristeza.

Drogo: como ela está? - pergunto a olhando tristonho.

Nicolae: ela acabou desmaiando, Peter nos disse que ela tem trauma com sangue. Ao vê-lo acabou por desmaiar - diz calmo, mas é inevitável não perceber a melancolia em sua voz.

Aurora: precisamos comprar alguns remédios, ela não tem a cicatrização rápida - diz olhando para o Nicolae.

Nicolae: certo, Peter pode vir conosco? - ele não obtém resposta, apenas o silêncio.

Drogo: fique tranquilo Peter, ficarei com ela até que volte - digo tentando o confortar.

Ele olha pra mim carinhosamente e assente sem dizer uma palavra.

Peter: a Samantha está preparando uma sopa para a Sarah, ok?

Drogo: ok...

Ele olha uma última vez para mim, e sai com o Nicolae e a Aurora. Sento-me na ponta da cama, perto dos pés dela, que ainda dorme profundamente. Sua respiração é calma e sua expressão é serena, nem parece que se meteu em briga há minutos atrás.

Sou grato a Sarah por me apoiar em um momento tão difícil para mim. Ela desde o início fora o anjo da guarda da minha coitadinha, e não há como dizer o quão sou grato por isso.

Lembro-me das risadas que as duas davam juntas, de como a Sarah divertia o ambiente em que passava. Seu sorriso era contagiante.

Olhar para ela, me faz lembrar do amor da minha vida, são idênticas, mas o oposto uma da outra em questões de pele e cabelo, porém foi isso que tornou a amizade de ambas, mais forte.

O rosto angelical, o corpo delicado, porém muito bem moldado em curvas, não há como negar, elas são sim idênticas. A cor da pele e dos cabelos podem ser diferentes, mas o coração era o mesmo, cheio de amor para transmitir. Ambas tem um passado difícil e doloroso, que aprenderam a aceitar.

Suspiro profundamente, mas não frustrado, e sim feliz, por minha coitadinha ter alguém como a Sarah para iluminar sua vida, trazendo alegria a todo instante.

Batidas na porta me tiram de meus devaneios. Abro a mesma e vejo Samantha com um pote de sopa em mãos.

Samantha: Aurora me avisou que estaria aqui, você poderia dar para a Sarah? Morgana me ligou, preciso ir agora e Aron irá comigo, tudo bem para você?

Na Calada da Noite - A Última Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora