A Família Bartholy

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☆Kiara☆

Após alguns minutos apreciando o céu com o meu amado, voltamos a brincar na neve animadamente. No entanto, com a distração do Drogo com seus outros oponentes, acabo percebendo que meu pai não está aqui.

Procuro por todos os lados, mas não o encontro de maneira alguma. Então decido procurá-lo dentro de casa.

Ao entrar na sala de estar, o encontro sentado no grande sofá, observando uma espécie de árvore grudada na parede, que é formada por vários quadros não muito grandes.

Nem todos eles possuem fotos, uma grande parte ainda não tem nada. Mas, dando uma breve reparada na sala, a grande árvore de Natal com decorações vermelhas e douradas, me chama a atenção. Ela é linda!

E no pé direito da lareira, há luzes pisca-pisca coloridas, que refletem na pedra de mármore em cima da lareira, onde vários quadros com fotos tiradas recentemente com todos os membros da família, estão.

Há dois vasos transparentes também, preenchidos com pinhas, e mais luzes pisca-pisca, desta vez, são brancas quente.

Porém, saindo de meu momento de apreciação, decido puxar assunto com o meu pai.

Kiara: Pai o que está fazendo aqui? Por que não foi brincar conosco?

Por um momento ele leva um susto, pois provavelmente estava distraído demais, para não perceber minha presença.

Viktor: ah... oi filha, eu... só queria ficar sozinho... - diz parecendo melancólico.

Kiara: você quer que eu vá embora? - pergunto tristonha.

Viktor: claro que não filha, eu gosto da sua companhia - sorri minimamente.

Me junto a ele no sofá, e encaro a "árvore" de fotos bem ao lado da lareira.

Kiara: quem fez isso? - pergunto curiosa.

Viktor: Foi sua mãe querida, essa é árvore da família, onde colocamos nossos momentos mais marcantes, como os nossos casamentos, e ela irá acompanhar o crescimento da família, já que é bem provável que irá crescer bastante - diz risonho.

Kiara: com certeza! - digo entusiasmada, porém a curiosidade logo me vence - pai... por que quis ficar sozinho? Está triste? - pergunto preocupada.

Viktor: garanto que não é nada demais... - diz tentando esconder algo.

Kiara: pai... não esconda as coisas de mim...

Ele suspira frustrado.

Viktor: é bem difícil esconder algo de você - diz rindo de uma maneira rouca.

Kiara: pode apostar que é! - digo sorrindo vitoriosa.

Viktor: olha... eu só... não tenho boas lembranças da... neve... - diz cabisbaixo.

Kiara: quer me contar mais alguma coisa? - pergunto arqueando a sobrancelha acusadoramente.

Viktor: ok - suspira - acho que já está na hora de você saber a verdadeira história do seu pai - diz me olhando, parecendo ansioso.

Kiara: conte... eu prometo que não irei julgá-lo - o encorajo.

Viktor: tudo bem... querida... você já deve saber que o mal se desenvolve a partir de alguma coisa... uma pessoa precisa de um fator crucial da vida, para se tornar alguém má, e esse é o caso do Viktor do passado. Quando eu era garoto, com mais ou menos cinco anos de idade, eu comecei a me sentir só... eu não tinha amigos, muito menos irmãos, até porque eu e meus pais, vivíamos um pouco afastados de um lugar mais sociável. E essa falta de amigos ou de um irmão, começou a me afetar, eu me via sempre isolado... minha mãe sempre tentava me alegrar, contando historias de nossos antepassados e tudo mais, mas não era aquilo que eu queria, eu queria alguém para me fazer companhia... Então, um dia uma estrela cadente atravessou o céu, e eu só tive tempo de pedir uma só coisa... um irmão. E inacreditavelmente, meu pedido foi realizado. Vinícius nasceu saudável e cheio de vida, e nele eu via uma maneira de não ficar mais sozinho. Ajudei de todas as formas possíveis, a minha mãe a criar meu irmão, pois meu pai vivia caçando para nos sustentar.

Na Calada da Noite - A Última Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora