Finalmente te vingarei meu amor...

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Kiara: por que me deixou.... - sussurra com a voz embargada, por conta das lágrimas.

Drogo: eu não te deixei - digo chorando desesperadamente.

Kiara: então porquê apenas assistiu?...

Drogo: eu não queria que acontecesse...

Kiara: mas aconteceu... E você é o único culpado...

Drogo: não... por favor... me perdoa...

Kiara: Você é o culpado... você não me amava...

Drogo: não digas besteira... eu te amo mais do que tudo...

Kiara: não foi o que pareceu...

Meu choro se torna alto e minhas lágrimas descem. Eu sou o único culpado, não há como negar.

Kiara: Você é o culpado... culpado... culpado...

Ela repete inúmeras vezes esta palavra que tanto me atormenta. Uma névoa negra aparece em minha frente, e parece formar um corpo.

Aos poucos consigo identificar o corpo dela. Ela está de joelhos, me olhando tristemente.

Kiara: Você não me ama... - diz com os olhos marejados.

Drogo: não diga isso... - fungo - eu te amo mais do que qualquer coisa...

Kiara: Você me deixou morrer - diz e seu corpo começa a se desintegrar.

Drogo: eu sei... me perdoa...

Kiara: Você nunca terá meu perdão...

Seu corpo se torna cinzas e o vento a leva. Não sei mais o que fazer além de chorar.

Drogo: por favor me leve contigo, me leve para a eternidade com você, não aguento viver sem ti... por favor - suplico de joelhos.

Kiara: nunca mais nos encontraremos... este será seu castigo... por me deixar ir...

Choro descontroladamente após sua fala. Me viro na direção de onde sua voz soou, e a encontro atrás de mim, seus olhos estão vermelhos, e eles me olham com desprezo.

Kiara EU TE ODEIO!!!

Grito o mais alto que consigo, pulando da cama e caindo no chão em seguida, me derramando ainda mais nas inúmeras lágrimas que descem sem parar. Este pesadelo me atormenta desde a sua morte, sempre o mesmo, nunca muda.

Três batidas na porta acabam me assustando, me fazendo levantar rapidamente. Sem que antes eu autorize a entrada, Sarah adentra o meu quarto, com sua nítida expressão de preocupação.

Sarah: o que houve Drogo?

Drogo: não é nada demais - minto.

Não quero trazer meus problemas para ninguém.

Sarah: bom... posso? - diz se referindo a cama.

Eu apenas aceno que sim e ela se senta, me convidando a fazer o mesmo. Me sento ao seu lado, e Sarah me observa atentamente.

Drogo: o que foi?

Sarah: Você tem certeza de que não quer conversar?

Olho em seus olhos e vejo sua preocupação sobre mim. Suspiro pesadamente, tentando escolher as palavras para essa conversa.

Drogo: eu... só tive um pesadelo, nada demais - digo desviando de seu olhar.

Na Calada da Noite - A Última Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora