O fim - parte 1

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Capítulo 50 – O fim - parte 1

Seus passos eram longos e rápidos, odiava ser mandado, mas sabia que precisava obedecer. Apesar de seus esforços, ainda não era o queridinho do Lord, não recebia as melhores tarefas, ficava sempre na sombra de outros que levavam a glória pelos seus esforços. Mas faltava pouco, sabia disso, logo o Lord veria seu valor e assim conseguiria o que tanto queria, no entanto, por enquanto, reservava-se ao trabalho de levar recadinhos ridículos aos seus antigos professores.

- Senhor Malfoy, acredito que recebeu a devida educação de seus pais e sabe que deve bater à porta antes de simplesmente entrar.

Draco estava com a resposta na ponta da língua, sentiu uma grande vontade de chamá-la de velha e demonstrar seu desprezo com palavras ferinas, mas apenas desdenhou da professora com uma careta e entregou um pergaminho que mandaram lhe entregar.

- O que é isso? – Perguntou a professora abrindo o pergaminho e começando a ler. – Ora essa, isso é um absurdo!

De uma coisa Draco não poderia nunca negar, mesmo velha, pálida e claramente cansada pelos dias exaustivos que Hogwarts andara vivendo, Minerva McGonagall ainda exalava poder e superioridade. A mulher levantara-se de sua cadeira com o pergaminho amassado em suas mãos e os olhos brilhantes de raiva. Podia perceber os dedos finos e enrugados querendo fechar-se em sua varinha, mas detendo-se no último instante.

- Melhor não fazer o que está pensando em fazer, McGonagall.

- Para você ainda é professora McGonagall, senhor Malfoy. E saiba que não duelo com o senhor nesse momento, a fim de mostrar-lhe uma boa lição, pois ainda tenho esperanças no senhor. Sei que embaixo dessa carcaça vazia ainda está aquele menino mal educado, mas puro.

Draco ficou calado por um momento, nenhum aluno na sala respirava, todos olhavam de um para o outro querendo saber quem ganharia aquele jogo de palavras. Infelizmente Draco, mesmo sendo mais fraco e com menos inteligência, tinha todas as cartas na mão, sabia muito bem que Minerva, assim como os outros professores e funcionários, não rebelavam-se contra os comensais postos na escola a mando do Lord, pois precisavam cuidar dos alunos, caso contrário todos estariam perdidos.

- Estou pouco me lixando para suas esperanças. Tia Bellatrix está impaciente e acredito que já deva ter visto minha tia impaciente. Duvido que queira outra enfermaria lotada por causa da sua desobediência. Porque caso seja isso que queira, então vou ao gabinete da diretora e informo a ela que não enviou o que ela queria.

- Não! – Respondeu a professora com uma voz esganiçada de desespero. Seus olhos marejados de raiva e tristeza pelas lembranças do que Bellatrix fez com uma classe inteira de Grifinórios e Corvinais devido as pichações nas paredes apoiando Harry Potter contra o Lord das Trevas. – Posso ao menos saber o motivo desse interrogatório?

- O paradeiro de alguns alunos e principalmente de alguns artefatos que desapareceram.

- Já respondemos todas as perguntas sobre os alunos sumidos e duvido que qualquer aluno aqui tenha conseguido entrar na sala da diretora para pegar qualquer artefato.

Draco estava prestes a responder a professora, mas o som exasperado dos alunos que se encolhiam nas carteiras o distraiu fazendo-o olhar para a porta e ver parada ali a figura de Bellatrix Lestrange sorrindo loucamente para as crianças. Suas vestes negras estavam surradas, mas ela gostava daquela forma, dizia que não precisava se embelezar ou se preocupar com qualquer outra coisa que não seu mestre.

- Tia, o que faz aqui? – Questionou Draco fazendo Minerva franzir as sobrancelhas por sua voz trêmula. – Eu já ia levar os alunos que me pediu para o interrogatório.

Traiçoeiros Sentimentos (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora