Uma conversa para esclarecer as coisas

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Capítulo 18 – Uma conversa para esclarecer as coisas

Harry não conseguia tirar de sua cabeça a conversa que ouviu de Snape com Malfoy. Questionava-se do motivo de Snape nunca ter contato aquele pequeno detalhe para ele, afinal, agora ele era seu pai, e esse tipo de informação era extremamente necessária. Em seu subconsciente, sabia que o problema não era exatamente esse. O real motivo de evitar o professor nas semanas seguintes agindo simplesmente com o aluno de sempre era negado veemente por Harry que jamais se deixaria convencer que estava com ciúmes do sonserino. Snape por sua vez não entendia ao certo o que havia com o garoto, provavelmente estava levando o que dissera na estação de Kings Cross ao pé da letra, pois qualquer um que os olhassem jamais diria que o que mais queria era poder abraçá-lo.

Os dias passaram velozmente, a montanha de deveres e os constantes treinos da equipe de Quadribol deixaram Harry completamente ocupado, tanto que quando percebeu já estavam em Novembro e o primeiro jogo de Quadribol se aproximava. Internamente Harry ficava feliz com o tanto de atividade que estava fazendo, não havia tempo para pensar em nada, nem mesmo precisava se esforçar, o único momento que tinha que conscientemente tentar não pensar em nada mais do que a atividade a sua frente era na aula de poções. Ter o homem a quem chamava de pai tão perto e ainda assim não poder se aproximar era um tanto quanto cruel. Snape diminuíra um pouco os insultos em sala de aula, mas ainda assim não saia ileso de sua sala de aula, a mesma aula onde Malfoy ganhava elogios. As unhas de Harry normalmente rasgavam sua pele da mão quando a fechava fortemente em punho esperando o sinal para sair e quando o mesmo era ouvido, ele já estava do lado de fora antes mesmo do barulho terminar.

Mas houve algo que o deixou feliz. Haveria visita a Hogsmead no outro final de semana.

- Legal. – Disse Rony entusiasmado olhando o aviso no quadro. – Preciso ir na Zonko's.

- E eu preciso abastecer meus tinteiros e comprar uma nova pena. – Disse Hermione sorrindo.

- Acho que passarei na Artigos de Quadribol. – Completou Harry.

O trio se desvencilhou dos outros estudantes e rumaram para o Salão Principal para o café da manhã. Harry estava muito contente para ir a Hogsmead, pelo menos assim poderia tirar algumas preocupações de sua cabeça, principalmente a que vinha em sua direção naquele momento. Harry parou onde estava enquanto via Snape andar por entre o mar de alunos que caminhavam pelo grande corredor que levaria ao Salão Principal. Rony e Hermione pararam atrás dele com as testas vincadas se perguntando qual seria o motivo da parada brusca até que seus olhos avistaram a figura do professor e seus olhos negros e afiados.

- Vocês ainda não conversaram? – Perguntou Hermione.

- Não. – Respondeu Harry. – E nem quero.

- Harry, você tem que parar com isso. – Advertiu Hermione segurando o braço do menino. – Seja lá o que foi que magoou você, tem que conversar com ele.

Harry viu os olhos intensos de Hermione e pensou que talvez devesse seguir os conselhos da amiga, mas no exato momento em que ia se virar para falar com Snape viu Malfoy chamando o professor e esse se virando para atendê-lo. Naquele momento uma pequena ferida abriu-se em Harry.

- Não. – Disse Harry firmemente. – Tenho coisas mais importantes para fazer. Você não disse que queria ir até a biblioteca para estudar, Hermione. Então é melhor irmos logo.

- Mas eu ainda nem comi! – Exclamou Rony.

- Então fique e coma. – Disse Harry zangado. – Eu vou sair daqui.

Harry saiu rapidamente pelo corredor em direção a biblioteca. Rony virou-se para Hermione com as mãos levantadas e os olhos arregalados esperando uma resposta da menina.

Traiçoeiros Sentimentos (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora