A capa de Quadribol

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Capítulo 22 – A capa de Quadribol

Antes de abrir os olhos Harry sentiu a dor em seu rosto, parecia um ardor cortante na altura de seu nariz, era como se tivesse caído da vassoura de cara no chão, até respirar era doloroso. E então veio o tapa que fez a dor passar para o restante do corpo.

- Harry? Acorda Harry.

Outro tapa o obrigou a cerrar os dentes, agora além de seu rosto suas costas ardiam também como se uma lança em brasa fosse lentamente enfiada ali.

- Ei, Harry, você está acordado?

- Estou. Pare de me bater! – Disse Harry abrindo os olhos e encontrando o rosto ansioso de Rony em cima de si. – Sai de cima de mim. Deus, que dor, o que você fez?

- Você estava enlouquecendo e então eu resolvi te parar.

- Não podia ter usado um feitiço paralisante? Acho que quebrou meu nariz.

- Eu não pensei na hora.

- Percebi. Você me chutou também? Minhas costas estão doloridas.

- Ah, não. Isso foi você caindo por cima do seu malão.

Harry se sentou na cama e olhou em volta, o quarto estava uma zona. Seu malão estava revirado completamente e suas roupas descansavam bagunçadas no chão. Fechou os olhos lembrando do momento em que fizera aquilo tudo. Nem parecia ser ele.

- Cadê a Hermione?

- Estou aqui. – Respondeu a voz da amiga vindo da escada. Hermione entrou no quarto carregando uma bacia com um líquido espesso que parecia lama. – E então, está melhor ou vai surtar de novo? – Perguntou a amiga sentando-se ao seu lado.

- Estou bem, só dolorido. – Respondeu o menino. – Desculpa por te assustar.

- Tudo bem, Harry. Não precisa pedir desculpas, mas me conte o que o deixou daquele jeito. Nunca te vi tão transtornado.

- Eu. – Começou Harry com um suspiro enquanto Hermione passava o remédio em seu rosto. – Eu entrei na penseira de Snape, vi as lembranças dele.

- E eram ruins? – Perguntou Rony sentando-se na cama de fronte ao amigo.

- No começo não. Eu vi minha mãe, eles eram amigos. – Um sorriso bobo apareceu no rosto dele e seus olhos brilharam. – Ela era linda e cativante, ela era a única amiga dele. Ele me contou uma vez que houvera uma menina que o apoiava quando ele era maltratado pelos pais, mas nunca imaginei que era ela. Eles foram para Hogwarts juntos, lá conheceram meu pai e Sirius.

Hermione pediu que Harry se deitasse para curar o ferimento das costas, ele deitou e descansou a cabeça no travesseiro, seu nariz não doía mais. Fechou os olhos e continuou a recitar as imagens que viu.

- Eles não gostaram do meu pai e de Sirius, na verdade eu também não, eles me lembraram Malfoy. Com o tempo Snape se apaixonou pela minha mãe, mas ela não gostava dele assim. Ele se juntou aos comensais de morte após uma implicância de meu pai e Sirius diante da escola toda. Minha mãe se afastou dele, mas ele ainda era apaixonado. Em uma noite a professora Trelowney fez a profecia e ele ouviu e contou tudo que ouviu para Voldemort, mas não sabia quem eram as pessoas. Quando ele descobriu que Voldemort iria matar meus pais, contou para Dumbledore e pediu que os protegesse. Não adiantou. Ele então prometeu me proteger. Eu o vi me observando de longe na casa de meus tios e na escola. Após entrar em Hogwarts ele continuou me protegendo até depois que Voldemort voltou, ele mentiu e correu riscos para evitar que eu fosse para as mãos de Voldemort. Mas era tudo apenas por obrigação, nada mais do que isso. Era culpa. Mas então eu fui morar com ele e descobri... – Harry parou de falar, sua garganta encolhera com o nó do choro que se revelava em seus olhos.

Traiçoeiros Sentimentos (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora