Os conselhos de Dumbledore

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Capítulo 30 - Os conselhos de Dumbledore

Harry colocou as últimas peças de roupa dentro do malão e o fechou deixando-o em cima da cama, não era tão pesado quanto o que levava no início do ano letivo, pois seus materiais estavam no dormitório em Hogwarts, mas tinha um peso considerável já que tinha que levar suas coisas e as de Almofadinhas que no momento estava tentando morder seu tênis. Sabia que ele não era uma criatura mágica, por isso necessitava levar pacotes de ração para poder alimentá-lo decentemente. Harry riu e tirou o tênis da boca do cachorro que por ser muito filhote não conseguia nem mesmo arranhar o sapato, o cachorro o olhou como se fosse um ser maligno que acabara de arrancar seu brinquedo favorito, mas logo abanou o rabinho e correu para seu lado.

- Vamos embora Almofadinhas. - Disse pegando o cachorro nas mãos.

Snape aguardava na sala, lia um livro de sua coleção pessoal. Nada novo, provavelmente algum título que já lera diversas vezes e que só pegara para tentar encher sua cabeça com algo que não fosse a vizinha loira. Harry não era burro, talvez um pouco obtuso em algumas poucas coisas e principalmente em paquera, mas sabia muito bem que o motivo do homem não ter dormido a noite e ficar olhando pela janela o tempo todo era porque Vany não aparecera. Isso também não deixava Harry feliz. Gostava dela. Sabia que duas semanas era pouco tempo, mas já conseguia sentir um carinho especial pela mulher e principalmente por Riley que fizera nascer em si um sentimento novo e esquisito, o sentimento de proteção. Não sabia dizer quando começou a sentir aquilo, talvez tenha sido na primeira vez que a viu, mas sabia que agora havia em si uma necessidade tamanha de protege-la de tudo e deixa-la feliz, exatamente como... como um irmão mais velho.

Aproximou-se devagar da janela e olhou para a casa mais bonita do bairro, viu a menininha no quintal mexendo nas rosas que sua mãe plantara recentemente e protegera do frio com um feitiço. Almofadinhas bocejou em sua mão no exato momento em que lembrou-se de Rony e Hermione. Claro que tinha os dois como irmãos e sentia um apresso enorme por eles, mas era diferente, daria a vida por qualquer um deles sem pensar duas vezes, isso era uma certeza. Só que ambos eram da mesma idade e sabiam o que era certo e errado, o que podia machucar e o que não. Já Riley era uma menininha fofa de nove anos que não tinha ninguém mais além da mãe e por isso grudara em si como chiclete admirando-o e seguindo seus passos. Esperava não demorar muito tempo para vê-la novamente.

Quando a pequenina entrou na casa e só o que via era o quintal cheio de neve, Harry voltou-se para Snape que continuava lendo seu livro.

- Quando vamos? - Perguntou se sentando no sofá.

- Assim que eu receber o aviso de que é seguro ir.

- E como será dado esse aviso?

Como se para responder sua pergunta, Harry ouviu o barulho de asas batendo fortemente e em seguida Edwiges entrou na sala indo pousar no braço recém estendido de Snape. O homem retirou um pequeno bilhete de seu bico e leu enquanto a ave pousava nas pernas de Harry recebendo um afago de seu dono e olhando torto para a bolinha de pelo negro que dormia na outra mão de Harry.

- Vou pegar seu malão. - Disse Snape levantando-se. - Prenda muito bem esses animais nas gaiolas.

Harry torceu o nariz para a forma como Snape falara, mas logo deixou isso de lado, aquele era o jeito dele fingir que não se importava, mas Harry sabia que ele se importava, ele só não gostava que os outros soubessem. Com cuidado colocou Almofadinhas na cestinha de viagem e tentou colocar Edwiges na gaiola, mas ganhou muitas bicadas antes que conseguissem sequer tocar na ave, foi somente após muito explicar que não a abandonaria que a ave parou de bica-lo e o deixou prendê-la.

- Onde está o malão? - Perguntou vendo o homem descendo com as mãos vazias.

- Em meu bolso. - Snape passou direto por Harry e pegou o pote de pó de flú. - Arthur está nos esperando. Vamos logo.

Traiçoeiros Sentimentos (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora