Uma nova marca

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Capítulo 46 – Uma nova marca

Duas semanas se passaram após a morte de Alvo Dumbledore, ainda assim Harry não conseguia se esquecer daquele dia e continuar com sua vida como todos a sua volta pareciam ter feito. Até mesmo Severus parecia conformado com o falecimento de seu antigo "amigo". O mestre de poções não citava Dumbledore em nenhum momento, não dava indícios de que estava de alguma forma mal, era apenas Severus Snape como sempre fora. Vany também parecia normal, porém agora estava envolta de dúvidas e preocupações em relação ao destino de Riley. Já a própria menina não estava tão preocupada com isso e sim com o fato de que outro ser crescia no ventre de sua mãe, um ser que roubaria sua atenção. E ele estava ali, sentado na frente do túmulo de Dumbledore com Almofadinhas ao seu lado, sua cabeça apoiada na coxa do dono somente deixando-o ciente de sua presença. Naquele momento nada poderia ajudar Harry, Almofadinhas sabia disso, nem mesmo sua doçura e ingenuidade, além das lambidas grudentas, poderia acalentá-lo.

Harry respirou fundo e pela quarta vez naquele dia fechou os olhos deixando as lembranças tomarem seu corpo e mente. Viu-se há duas semanas, estava no dormitório da Grifinória junto com Rony, os dois se arrumavam devagar e em silêncio. Ambos usavam as vestes negras da escola, sem qualquer distinção das casas, assim como todos os alunos deveriam usar. Não havia porquê dividir as casas, naquele momento não havia Grifinória, Sonserina, Lufa-Lufa ou Corvinal, havia apenas Hogwarts e uma única dor, a da perda de um grande mestre.

Dumbledore foi velado no grande salão e depois levado até seu túmulo em uma ilha no meio do lago negro, visitada apenas por barcos que levavam as pessoas até essa ilhota.

Ao caminhar entre os alunos para voltar ao castelo Harry pode ver os sonserinos aglomerados atrás, como todos os covardes eles tinham medo da morte, mesmo sendo a maioria filhos de comensais da morte e seguidores de Lord Voldemort. Por mais que procurasse sabia que ele não estaria ali, não havia cabeleira loura reluzindo na multidão, Draco não estivera no enterro e isso o fez entender que o que lhe chamava atenção na Sonserina não era o quanto a casa era péssima com seus alunos idiotas e sim o quanto Draco era a alma daquele lugar.

- Preciso esquecê-lo, Almofadinhas. – Disse Harry abrindo os olhos e se levantando. – Mas como?

Almofadinhas inclinou a cabeça como se pensasse na resposta. Harry compreendeu que jamais conseguiria matar Draco devido o grande amor que tinha por ele, então escolheu o esquecimento, deixar que as imagens de Draco se dissolvessem em sua mente até virar apenas pó e voasse com o vento, escolheu deixá-lo de lado e seguir com sua vida, afinal, agora tinha mais coisas para pensar e fazer.

Pegou o barquinho de volta para os jardins de Hogwarts e acariciou as orelhas de Almofadinhas enquanto a água se mexia com o movimento. Quando desceu encontrou com Hagrid e Riley voltando da floresta negra.

- Ei, o que estava fazendo lá? – Perguntou para Riley que sorria como boba.

- Hagrid me levou para plantar algumas coisas para o papai, ele vai precisar de alguns ingredientes para uma poção daqui a um tempo.

- Hummm, entendi. E como você está Hagrid?

- Penso nele todos os dias Harry, Dumbledore era um grande homem. – Disse Hagrid já com lágrimas nos olhos. – Sinto muita tristeza em pensar que ele morreu.

Harry não falou palavras, apenas aproximou-se devagar e estendeu o braço tocando no cotovelo do meio gigante. Queria demonstrar com aquele ato muito mais do que os olhinhos de besouro viam, mas não conseguia simplesmente apagar de sua mente a confissão do ancião em seu escritório enquanto a baba da morte escorria de sua boca. Riley deu um sorriso para o meio gigante, ela não conseguia chegar nem mesmo nos quadris dele. Logo depois que se separou de Hagrid e Riley e entrou no castelo, Harry foi puxado para uma sala vazia pelas mãos fortes de Rony.

Traiçoeiros Sentimentos (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora