Acontecimentos Parte 2

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Capítulo 44 – Acontecimentos Parte 2

A sexta feira chegou mais rápido do que Draco queria. A noite anterior fora mais do que perfeita e deixara em seu corpo e alma uma marca que ninguém nunca conseguiria retirar de si, nem mesmo sob tortura, nem mesmo o próprio Lord conseguiria retirar aquilo dele, era uma marca sólida e profunda, a marca da possibilidade. A possibilidade de uma vida diferente. Draco respirou fundo e caminhou até o colchão onde o menino estava deitado de bruços e dormindo com o corpo descoberto a mostra de seus olhos. Afastou a capa negra de sua veste de comensal e se ajoelhou ao lado dele passando a mão por seu corpo mantendo alguns centímetros de distância para não acordá-lo. Não se acorda um anjo que dorme.

- Adeus, Harry.

Harry acordou quando o eco dos passos de Draco já havia sumido. O jovem comensal estava a uma distância que não poderia alcançar. Ele estava perdido.

- Você está tenso, Severus. Daqui a pouco fico tonta com o tanto que você anda de um lado para o outro.

- É por que eu sei que algo vai acontecer, não sei o que é, não consegui arrancar a informação de Draco, ele aprendeu a guardar suas memórias e pensamentos muito melhor do que eu esperava e não adianta perguntar nada para Dumbledore.

- Nada vai acontecer, meu amor, está tudo bem, ficará tudo bem. – Disse Vany afastando o olhar do homem em frente a lareira para esconder a mentira clara em seu rosto. Ela sabia que nada ficaria bem. Dumbledore jogou isso em sua cara nesse mesmo dia mais cedo.

"- Senhora Smean, lhe chamei aqui tão cedo, pois tenho que garantir que nosso acordo esteja de pé. – Disse Dumbledore sentado a sua mesa lhe oferecendo um doce que foi claramente negado.

- O senhor não tem me deixado muito mais opções. – A voz da mulher era dura e firme. – Me manipulou de forma excepcional.

- Não diria manipular, minha cara, eu te dei uma escolha e apenas lhe ditei claramente suas chances quanto a sua filha caso tudo ocorra de forma ruim.

- Em resumo, me manipulou. O senhor jogou na minha cara que não tenho chances de salvar minha filha caso não o ajude durante essa missão idiota.

- São suas palavras, minha jovem, não minhas. – O sorriso fraco e presunçoso nos lábios rachados do diretor a irritava. – Espero que esteja preparada para quando eu a chamar hoje à noite. Eu já conversei com Draco e ele está preparado. Está tudo certo, só falta confirmar sua parte no acordo.

Vany, que estava com a cabeça abaixada, olhou diretamente nos olhos azuis do diretor e sentiu que se não tivesse visto e descoberto esse lado cruel e manipulador do diretor poderia muito bem ter se afogado em seu oceano de aparente bondade. Mas agora tudo que via era um oceano fundo e perigoso, com águas que poderiam cobrir-lhe o corpo e arrastá-la para o mais profundo fim. Ela via a verdadeira faceta do homem a sua frente. Não poderia negar que Dumbledore fizera grandes coisas para o mundo bruxo e muito mais para Severus em um âmbito fraternal, e por isso era muito bem agradecida, mas quando algo atingiria o velho pessoalmente então ele lançava suas cordas de marionete e as prendia nos próximos bonecos a agirem conforme seus gostos. Vany não seria uma dessas bonecas, nenhuma corda seria presa em si.

- É claro que pode confirmar. – Respondeu calmamente esforçando-se para plantar uma barreira superficial, porém poderosa, em sua mente para que Dumbledore não lesse quais eram suas reais intenções. – Agora se me dá licença, diretor, preciso ir ver como Riley está.

- É claro, pode ir. Riley precisa da mãe, não é mesmo?

Achando melhor ignorar a provocação do diretor a mulher saiu do escritório e descendo direto para seus aposentos onde Snape já se levantara para arrumar suas coisas antes das aulas.

Traiçoeiros Sentimentos (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora