Segredos revelados

2K 167 90
                                    

Capítulo 40 – Segredos revelados

- Coloque-a na maca, Severus. - Pediu Madame Pomfrey andando esbaforida até o mestre de poções que carregava Vany em seus braços enquanto Harry amparava Riley ainda desnorteada.

Snape colocou Vany com delicadeza em uma maca próxima e se afastou um pouco para dar espaço a enfermeira que rapidamente começava os exames na mulher. Harry deixou Riley na maca ao lado de sua mãe.

- Mamãe? - Chamou Ridley tentando se levantar, sendo impedida por Snape que foi para seu lado e a fez deitar novamente. - O que aconteceu com a mamãe? Ela vai ficar bem? Papai, ela vai morrer?

Snape olhou assustado para a menina que segurou sua mão. Aquela forma carinhosa de o chamar mexia com ele, mas o que o assustou de verdade foi a pergunta que ela fizera.

Vany iria morrer?

Ele não respondeu a menina, apenas apertou sua mãozinha e voltou o olhar para a mulher desfalecida na outra maca com cabelos loiros iguais a filha que chorava baixinho. Snape não podia aceitar que algo assim acontecesse, não podia. Simplesmente não dava.

- Como ela está Papoula?

- Ela não tem nenhum ferimento, mas seu nível de magia está baixo e sua energia vital está em estado crítico. Terei que deixá-la de observação até amanhã, caso ela não acorde em vinte e quatro horas terei que removê-la para o ST'Mungus.

Snape cerrou os dentes com força e odiou-se por não poder fazer nada a respeito. Sentia uma raiva tão grande por não poder fazer algo, sentia-se um inútil e odiava se sentir assim. Seus devaneios foram interrompidos por um sussurro baixo vindo de Riley que mantinha a cabeça baixa olhando para suas próprias mãos.

- O que disse? - Perguntou se aproximando e levantando o rosto dela delicadamente.

Riley era deveras parecida com a mãe. Seus cabelos eram loiros da mesma tonalidade, porém mais lisos e um pouco mais curtos. Seus olhos claros eram grandes e brilhantes e naquele momento deixavam escapar lágrimas quentes de medo. Seus traços eram finos e delicados ao mesmo tempo que traziam a dureza inédita de uma garota da natureza. Suas mãos mexiam nervosamente no colo. Ela ainda estava com as mesmas roupas de quando se afogou. Riley hesitou em responder, olhou para a mãe ao lado e depois novamente para Snape. Seus olhos negros lhe davam medo ao mesmo tempo que lhe davam a sensação de segurança. Ela não era tola, sabia que ele não era seu pai. Conheceu o pai, mesmo quando apenas criancinha a ponto de agora ter apenas algumas reles lembranças na mente. Mas desde a primeira vez que viu Snape naquele dia em que pegaram carona com sua mãe que sentiu algo estranho por ele. Ele podia ser estranho, misterioso e sombrio, mas para ela ele era aquele cara que a carregava para a cama, que a abraçava após um pesadelo e que cuidava silenciosamente de sua segurança e bem estar. Ela gostava dele, não, ela amava ele.

Então poderia confiar nele, certo?

- Eu disse que eu disse para a mamãe que ela não devia mais fazer essas coisas.

- Que coisas?

- A cura. Eu disse para ela não curar mais ninguém nem mesmo eu, mas ela faz e depois ela fica doente.

- Não se preocupe, minha querida, ela ficará bem. - Disse Madame Pomfrey passando a varinha pela menina examinando-a. - Agora fique quieta, preciso te examinar.

- Pai. - Chamou Harry sem se importar com a presença de Madame Pomfrey, já estava tão acostumado em chamar Severus de pai que nem mesmo percebia. - Eu vou lá na sala comunal, vou deixar o Almofadinhas com a Mione, depois eu volto.

- Só amanhã, senhor Potter. - Disse Papoula. - Elas precisam de repouso. E você também Severus. Está todo molhado, vá para seus aposentos, troque de roupa e descanse. Nem pense em contestar Severus. Sabe que não vou deixá-lo ficar aqui.

Traiçoeiros Sentimentos (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora